segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Reforma da Língua Portuguesa

  O novo vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que foi editado , inclui as novas grafias oficiais acordadas entre os membros da Academia Brasileira de Letras,estabelecendo o padrão para a Língua Portuguesa escrita. Com linguagem simples?, objetiva?, como será essa adaptação?

Palavras chaves: linguagem, transformação, ortografia

I-             INTRODUÇÃO

         O medo do povo, ou pelo menos certa insegurança, faz parte do comportamento humano. Qualquer novidade, principalmente, no contexto social, sempre causa dúvidas, discussões e debates. Com a linguagem não poderia ser diferente, pois sua potencialidade está no seu dinamismo, herdado da sócio cultura da humanidade, para a qual, inclusive, ela é recurso.

     II -   DESENVOLVIMENTO

         Depois de mais de dezoito anos na pauta das nações que integram a comunidade de países de língua portuguesa: Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e outros, a reforma ortográfica foi implementada no Brasil, passando a vigorar este ano, com prazo até 2012 para a adesão total. Mesmo assim, estudiosos da área ainda debatem alguns termos destas normas da Reforma da Língua Portuguesa, sendo que muitos dizem que essa reforma dá margens a muitas interpretações diferentes.

   III – CONCLUSÃO

         Mas não há o que temer, as transformações são naturais ao ser humano e ao mundo, e as discussões delas também. Só assim, chega-se ao consenso, necessário a vida social e, no caso da linguagem, a preservação da identidade de uma nação.
         Afinal, não é a primeira vez que  nossa ortografia sofre mudanças. Já foram cinco  reformas até hoje, e se não fossem elas, ainda hoje escreveríamos: pharmácia, óptimo, acção, etc....

Referência: LINGUAGEM, UM SER EM TRANSFORMAÇÃO.

Autora: Rosane Lenzzi – Arroio dos Ratos
Estudante  do Curso de Licenciatura em Pedagogia A Distânicia EAD/UFPel.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O LÚDICO DEIXADO DE LADO PELOS PROFESSORES


Resumo: Este artigo trata de um assunto que acontece em muitas  escolas. Educadores que deixam o momento lúdico  fora de seu planejamento, desconsiderando que a aprendizagem da criança se dá através da interação com o concreto, com o imaginário, ou seja,precisa  do lúdico sempre, independente da idade ou da série em que se encontra. Muitos educadores alegam que as crianças são muito agitadas e tem dificuldade de organização e concentração e com isto podem gerar deles indisciplina.

Palavras chave: - crianças agitadas – esquecimento do lúdico – indisciplina.

Pode-se observar, que nos anos iniciais, momento em que o trabalho com o lúdico se faz necessário para o processo de interação e construção do imaginário é abandonado pela maioria dos educadores.
 E muitos educadores deixam a parte lúdica da aprendizagem lá no pré-escolar, desconsiderando que a criança gosta de brincar, gestualizar em qualquer processo de aprendizagem.  Claro que no pré-escolar além de as crianças aprenderem regras básicas de boa convivência e compartilhamento, necessitando de mais momentos de interação e o lúdico é um ótimo meio de isto acontecer. O lúdico em qualquer idade ou série de aprendizagem faz bem  e o educador não poderia de lado.
Muitos educadores destacam que a turma é ampla ou agitada demais para colocar atividades recreativas em sala de aula, ou seja, alegam que com toda a agitação das crianças, elas tem dificuldade de organização e concentração e com isto geram constantes momentos de indisciplina.
Acredito que em caso em que a turma é ampla são necessários dois ou mais educadores como auxiliares, pois assim facilita o trabalho em grupo podendo dar mais atenção a um número maior de alunos, fazendo assim que o lúdico permaneça em sala de aula. Como em todas as escolas tem uma professora substituta e/ou até monitoras em sala de aula, creio que este seria um modo de não deixar o momento lúdico em sala de aula de lado, pois segundo Feijó “O lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana”. (1992 p. 61).
Mas a escola deveria de preservar ou oportunizar este momento por mais tempo, não ficando restrito ao pré-escolar ou a uma atividade extra-curricular.  Segundo Negrine “brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação" (1994, p.41).  O conteúdo lúdico deveria fazer parte da grade curricular ou do  planejamento de qualquer docente. Atividades como das brincadeiras livres ou dirigidas e momentos de danças seriam importantes como meio de descontração e aprendizagem para estas crianças.
Não percebem que brincar é indispensável para a saúde física, emocional e intelectual de seu filho, que brincar não é passa tempo, mas sim uma forma de interagir com o mundo adulto proporcionando lhe desafios e motivação.
Todo conteúdo que motiva o aluno a aprender e de uma forma prazerosa é capaz de qualificar e envolver-lo no aprender. Ainda Negrine destaca que ...

“Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduza agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento". (Negrine, 1994).
           
            O lúdico  é indispensável para a saúde física, emocional e intelectual da criança em qualquer fase de desenvolvimento, é uma maneira de interagir com o mundo proporcionando motivação imaginação e desafios.
A criança é um ser em desenvolvimento e precisa desses momentos  lúdicos  para  desenvolver  seu  emocional  e  é através destes momentos que  exercitamos  sua capacidade de observação, de atenção e concentração e o educador como responsável deveria de manter em sala de aula.

Referencias Bibliográficas:
FEIJÓ, O. G.  Corpo e Movimento: Uma Psicologia para o Esporte, Rio de Janeiro:Shape, 1992.
KIELING, José Fernando [et al.]. A subjetividade do lugar e dos professores na formação: o curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância/UFPel. Licenciatura em Pedagogia a Distância UFPel. Edição: 2010. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária, 2010. 256p.: il. color.
NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Prodil, 1994.

Autora: Alice Anjos dos Santos
Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância EAD/ UFPel.

PAZ, COMO SE FAZ

      Em nossa sociedade, onde a competitividade é o ponto forte, temos de buscar a paz entre os cidadãos.  Devendo ser, essa educação para a paz uma meta basicamente atingida, convertendo-se num processo contínuo e acessível, onde a cooperação, o entendimento, o respeito e  a confiança em todos os níveis, ajustem as bases das relações  interpessoais. 

Palavras chaves: Paz, Escola, Violência.

 I – INTRODUÇÃO:
           Devemos mudar o modo de sentir, pensar,  falar, agir, sendo uma cultura  baseada no diálogo e é a maior arma e a mais poderosa para mudar o mundo. A violência na escola caracteriza-se por atos de indisciplina, brigas, agressões, intimidação de professores e alunos por pessoas de fora da escola, depredações do patrimônio, roubos, tráfico de drogas etc. A violência da escola é entendida como violência simbólica que consiste na tentativa de impor a interiorização de normas de conduta que não podem ser legitimadas, tendo em vista o processo de reestruturação social, completando-se com o exercício de práticas pedagógicas obsoletas e destituídas de interesse, mediatos ou imediatos, para os alunos.

 II – DESENVOLVIMENTO:
            Tema freqüentemente debatido entre os que estão mais diretamente envolvidas com o mundo da educação, as questões da violência em meio escolar tem se constituído também em tema de pesquisa e estudo de vários autores, ao mesmo tempo em que se transformou em pauta obrigatória da agenda pública.Uma saída comumente apontada por grande maioria da população, é o aumento do aparelho repressivo,  a redução da idade penal e o fortalecimento do aparato educativo. Esta é a compreensão  de paz, baseada na imposição da força , isto é,  se queres a paz, prepara-te para guerra.No entanto, a humanidade não avançará na prática dos direitos humanos por decreto, ou por leis ou, ainda, fortalecendo o aparelho repressivo.Desde seu enquadramento cultural, paz e violência se aprendem. A compreensão de novos paradigmas privilegia a via educativa, entendendo aqui educação como um dos mapas sociais que possibilitam orientações novas, reorientações e mudanças de posicionamentos. Neste sentido, a formação e capacitação dos professores como educadores para paz revela-se como uma sólida contribuição à defesa dos direitos fundamentais do ser humano e à melhoria das relações inter-pessoais. O objetivo  é oportunizar aos educadores das redes públicas estadual e municipais ,  um espaço de formação, capacitação, discussão teórica, dinâmicas grupais e pessoais de não-violência, em vista de uma intervenção na realidade onde atuam. A formação de promotores da cultura de paz e direitos humanos e o surgimento de uma rede de educadores para paz engajados na defesa dos direitos humanos e na luta pela paz, capacitados como multiplicadores de ações pedagógicas para não-violência.         

 III – CONCLUSÃO :

           Assim,  registro aqui que, não é só com os alunos que acontece o bullying, na escola  acontece com pessoas que trabalham, funcionários, maiores de idade, com idade avançada , que se esforçam para mudar o andamento das coisas erradas  e é por isso  perseguido, ameaçado, tendo de procurar esferas mais elevadas para que esse problema infeliz seja sanado, já que os responsáveis pela escola por vezes não tem capacidade ou até coragem para dizer parem com esse tipo de violência.      
       Segundo Fayga,  o processo intuitivo, os processos interligam-se intimamente com nosso ser sensível, intelectual e sua criação se articula principalmente através da sensibilidade. Essa sensibilidade não é peculiar somente a artistas, sendo patrimônio de todo o ser humano que nasce com um potencial sensível como se fosse uma porta aberta e de entrada para as sensações, nos ligando imediatamente ao acontecer em torno de nós, tendo que receber estímulos e reagir  numa troca de energia. A nossa percepção também é a nossa elaboração das sensações, favorecendo aqueles que usarem a imaginação criativa em seu melhor beneficio.  A violência na escola caracteriza-se por atos de indisciplina, brigas, agressões, intimidação de professores(as) e alunos(as) por pessoas de fora da escola, depredações do patrimônio, roubos, tráfico de drogas etc. A violência da escola é entendida como violência simbólica que consiste na tentativa de impor a interiorização de normas de conduta que não podem ser legitimadas, tendo em vista o processo de reestruturação social, completando-se com o exercício de práticas pedagógicas obsoletas e destituídas de interesse, mediatos ou imediatos, para os alunos.

Referências:

PAZ COMO SE FAZ? (Paz como se faz- Semeando cultura nas escolas Lia Diskin, Laura Gorresio Roizman)

Autora: Rosane  Lenzzi.
Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância EAD/UFPel.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A busca de uma Educação para a Paz e a não violência nas escolas




            O presente artigo foi realizado através de pesquisa e observações como tema e ser abordado foi Educação para a Paz, onde escolhi o subtema Violência na Escola e o eixo principal é a problemática da Paz. Meus objetivos gerais de pesquisa foram investigar as ações que a E.M.E.F. Santa Rita de Cássia trabalha a violência na escola, visando à cultura de Paz. Também procurei conhecer os projetos que a escola parceira desenvolve, conversar com a equipe diretiva, orientadores, professores, coordenador da escola abeta e a professora comunitária para quais as estratégias que eles utilizam para a construção de uma cultura de paz e propor atividades lúdicas que auxiliem na construção de valores.
             Nas minhas pesquisas, percebi que uma das maiores problemáticas ocorre em torno da questão da agressividade, sendo esta intimamente ligada à violência social, que em grande parte é perpassada pelos meios de comunicação social, principalmente a televisão e surge então a importância de se trabalhar para a obtenção da paz. A paz é algo que se aprende, na família, na escola, na sociedade e uma educação para a paz pressupõe-se uma educação comprometida com a vida, em uma constante busca de respeito à dignidade humana, baseada na igualdade, na justiça e na fraternidade.
             Escolhi a temática Educação para a Paz porque a violência esta fazendo parte de nossa vida, chegando até nos principalmente através dos meios de comunicação social.  A violência destrói famílias, sociedades e está presente no dia- a -dia do ambiente escolar, onde cada aluno tem uma cultura e realidade de vida diferente uns dos outros, causando muitas vezes desavenças entre eles.
             Cabe ao educador sem nenhum tipo de descriminação devido as diferentes classes sociais lidar com essa situação, sempre demonstrando ao aluno que na sala de aula o professor ter que ser respeitado. A escola junto com os professores, pais e comunidades do entorno devem se unir e discutir, para tentar achar ações que venha amenizar os problemas de violência que surgem na escola, muitas vezes problemas que os alunos trazem de casa, podendo receber forte e profunda influencia prejudicando sua aprendizagem escolar.
             O educador e os sujeitos do entorno aprendem juntos em uma relação dinâmica de troca de saberes, tendo como método educativo a realidade no qual está vivenciando o educando. Escolhi o subtema violência nas escolas porque não é um fenômeno novo, mais dia a dia tem vindo a assumir proporções tais que a escola não sabe que medidas tomarem para sanar este problema que esta ocorrendo dentro e fora das escolas.
            Penso que nenhum ser humano nasce violento, ou criminoso, o seu destino não está traçado após a nascença, seus comportamentos são frutos do ambiente a que são expostos e a sociedade é que os transforma.
            A violência surge em contextos e em situações bem conhecidos, torna-se imperiosa uma intervenção educativa não só dirigida aos jovens, mas a todos os cidadãos, pois todos, enquanto sociedade global é culpada e deveremos ser chamados a intervir para contribuirmos para uma sociedade mais justa e igualitária.
            A violência afigura ser uma rede complexa que se pode sobrevir a partir da educação que ensina a criança a adquirir determinados valores tais como a compaixão e a dor alheia, bem como valorizar a vida não só a sua como a dos outros.
As escolas estão buscando formas de resolver os conflitos de modo não violento, através de projetos e palestras, estimulando a tolerância e o respeito às diferenças, transformando os sujeitos em indivíduos justos e pacíficos, incutindo os ideais de paz à cultura de sua coletividade.

Uma educação para a paz pressupõe-se uma educação comprometida com a vida, em uma constante busca de respeito à dignidade humana, baseada na igualdade, na justiça e na fraternidade.

 “É necessário dinamizar nos educandos um modo de pensar e de agir que oportunize reflexões com a tentativa de buscar soluções que elimine as verdadeiras raízes do mal - a fome, a desigualdade social, a miséria. Logo, pode-se refletir com os educandos a melhor maneira de "combater" toda forma de violência e praticar uma "correta" Justiça Social. A paz só acontecerá em nosso mundo quando cada ser humano de maneira individual promover a Justiça no meio em que vive, mas, não haverá Paz enquanto tivermos injustiça social”. (Educação para a Paz: uma proposta pedagógica para a não violência - Luiz Claudio Borin)

“A paz é o contrário de violência, sendo necessário que as reflexões sobre paz e violência sejam realizadas ao mesmo tempo. Como a violência, a paz é também um fenômeno complexo, tendo uma dimensão cultural, ligada ao ato de ensinar e de aprender. A paz não é um estado doado, mas sim construído, colocando-nos como sujeitos e seus construtores”.

“Não se pode viver em paz em situação de guerra, não se pode comer tranqüilo em meio à fome generalizada, não se pode ser feliz num pais onde milhões se batem no desespero do desemprego, da falta de condições mais elementares de saúde, educação, habitação e saneamento. A insanidade de um país que marginalizou a maioria deve terminar agora, devemos criar em todos os lugares a ação da cidadania em luta contra a miséria e pela vida “.  (Líderes da Paz)

 “E a obra da Justiça será a Paz; e o eleito da Justiça terá sossego e segurança para sempre." (Is. 32,17).

“Na educação para paz não existe receita pronta, mas ações que são realizadas na minha escola parceira visam buscar entre os alunos, professores, pais e sujeitos do entorno medidas possíveis para promover a tão sonhada "Paz" que buscarmos.”.

Conversando com o gestor da minha escola parceira Luciano relatou-me que durante o ano letivo são desenvolvidas muitas atividades, onde a interação entre escola e comunidade.

            No mês de março é feito uma reunião entre professores e os pais, onde o diretor passa o plano de ação de ano letivo.
            No mês de abril a escola oferece uma festa para comemorar a páscoa somente aos alunos e professores.

            No mês de maio a escola comemora o dia da padroeira da escola Santa Rita de Cássia, proporcionado uma festa onde os pais e a comunidade ajudam nas atividades. Também os pais e alunos vendem votos para escolha do garoto e garota Santa Rita de Cássia e a noite já no final da festa a escola oferece um baile familiar. Também é realizada uma comemoração pelo dia das mães onde é feito um jantar com sorteio de uma cesta básica e brindes e só participa as mães.

            No mês de julho são realizados os jogos estudantis (JEARS), onde os alunos participam e os pais são convidados a assistir as atividades.  Também é realizada a festa julina com participação da comunidade escolar onde é feito venda de galetos e rifas e são realizadas atividades como dança da quadrilha, casamento na roça.

            No mês de agosto a escola proporciona o projeto folclore onde são feitos brinquedos pelos pais e alunos. A escola participa também do festival de teatro (FESTICARBO) realizado no museu do carvão, onde os alunos vão assistir teatro e os pais são convidados a participar. Também é realizada uma comemoração pelo dia dos pais onde é oferecido pela escola um jantar e só participa os pais.

            No mês de setembro é realizado o desfile cívico com participação da comunidade escolar, onde os pais acompanham e auxiliam levando seus filhos e materiais com que desfilaram, alguns deles desfilam juntos. Para comemorar o 20 de setembro é feito a “Mateada Farroupilha”, com apresentação do grupo de danças folclóricas, grupos artísticos de alunos e exposição dos brinquedos criados no Projeto Folclore.

            Mês de outubro ocorre no museu do carvão a feira do livro com participação da comunidade escolar. No Dia das Crianças, a comunidade arrecada doces, bolos, refrigerantes, picolés e brinquedos para serem distribuídos na festa que é realizada na escola.

            Mês de dezembro são realizadas três excursões, uma para o Sítio do Beto, outra para o Zoológico e outra para Gramado “Natal Luz”, alunos e pais podem participar vendendo rifas para adquirirem suas passagens. São realizadas também as formaturas do Pré-escolar e da 8ª série com a participação de toda a comunidade. A escola realiza a festa de natal, onde a comunidade participa ajudando nas atividades para venda de galeto, maionese e refrigerantes e a escola também é ajudada com doações.

            Existe na escola o projeto escola aberta um dos maiores projetos para construção de uma cultura de paz, onde sempre participa de 30 á 40 pessoas, sendo desenvolvido nos sábados e domingos no horário da manhã e da tarde, com atividades de recreação, culinária, penteado e maquiagem, manicure, esporte, expressão corporal, artesanato e teatro. Relatou-me o coordenador escolar Everton e a professora comunitária Patrícia de que o objetivo deste projeto é contribuir para melhoria da qualidade da educação, a inclusão social e construção de uma cultura de paz, por meio da ampliação das relações entre escola e comunidade e do aumento das oportunidades de acesso à informação para a cidadania, de maneira a reduzir a violência na comunidade escolar.

      Também é realizado na escola o “Projeto Escola para Pais”, são dois encontros por semestre, realizam palestras com psicólogos, pessoas da área da saúde falando sobre doenças, drogas e também participa o Conselho Tutelar dando orientações, os profissionais passam slides com mensagens, ainda é oferecido lanche e brindes aos pais.
      
            São feitas reuniões extras quando a necessidade de falar com os pais, como para a eleição para diretor com voto direto, onde é lido a Lei para os pais e quem vota são alunos da 4ª série com mais de 12 anos, funcionários, professores e pais.

            De dois em dois meses ocorre à entrega da avaliação dos alunos aos pais, onde são encaminhados para as salas de aula para contato direto com os professores para saberem sobre o desenvolvimento dos seus filhos na escola.

            Existe um projeto em andamento em parceria com a Gerdau para a construção de um quiosque com churrasqueira no pátio da escola, a comunidade poderá utilizá-la em festa particulares com o pagamento de uma taxa de manutenção.

            A minha escola parceira fica localizada em um bairro com grandes problemas, mais percebo que não se deixa afetar, esta sempre trabalhando para manter a paz e segurança a todos os sujeitos da escola.

Existe na escola a carteira do aluno, onde os alunos se auto-avaliam e os critérios são modificados conforme a necessidade, alguns critérios são: sigo as regras, pontualidade, assiduidade, respeito a todos na escola, realizo tarefas e uso da palavra mágica.

Em sala de aula os professores conversam com os alunos sobre valores morais e nos conselhos com a orientadora são desenvolvidos temas sobre paz ao final de cada bimestre.

Este ano devido à violência que vinha ocorrendo na hora do recreio, iniciou-se um trabalho com os alunos de recreio dirigido. Cada turma tem atividades orientadas e observadas pelo professor com jogos, flaflu, ping pong, sapata e jogo da velha, onde as regras são estabelecidas pelos alunos. Os resultados estão sendo observados quando ficam sozinhos e conseguem se entender entre si, já não ocorrendo mais violência.

A sociedade tem vindo a sofrer significativas transformações, a família núcleo primordial de educação tem vindo dissimuladamente a delegar esse papel para a escola, dado que é no contexto educativo que as crianças passam a maior parte do dia. Todavia, nenhuma outra instituição poderá jamais substituir as condições educativas da família, nem parece ser razoável que seja unicamente a escola a ensinar valores tão necessários para o normal desenvolvimento da criança tais como: a democracia, as regras para a sã convivência, o respeito pelo outro, a solidariedade, a tolerância, o esforço pessoal.

À escola não se pode pedir que além de ensinar os conteúdos tenha também que ter a função educativa que compete aos pais, mais a verdade é que a violência continua a existir e a surgi cada vez mais na população jovem. Também a escola não pode ignorar que os conflitos e problemas sociais existem, e por isso tem vindo a adaptar-se como pode, desenvolvendo ações e projetos durante todo o ano letivo, onde alem de trabalhar com os alunos o respeito ao próximo e um ambiente sem violência, procura através do projeto escola aberta à construção de uma cultura de paz também familiar por meio da ampliação das relações entre escola e comunidade.

Consciente de que este trabalho é insuficiente na abordagem desta temática, muito mais haveria a dizer sobre violênciaque surge em variadíssimos contextos, resta então cogitar que toda a sociedade se deveria mobilizar para proteger os cidadãos de amanhã, para que não tenham um futuro sombrio, enredados em sofrimento, privações e sem projeto de vida.  

          Estamos em novo ano letivo e continuo na mesma escola parceira e com a mesma professora, realizo meu trabalho de Educação para a Paz através de pesquisa e observações, como subtema e ser abordado é a Violência nas Escolas, sendo o eixo principal que é a Problemática da Paz. Meus objetivos gerais de pesquisa são investigar as ações que a E.M.E.F. Santa Rita de Cássia trabalha a violência na escola, visando à cultura de Paz. Também procuro conhecer os projetos que a escola parceira desenvolve, no ano passado conversei com a equipe diretiva, orientadores, professores, coordenador da escola aberta e a professora comunitária para saber quais as estratégias que são utilizadas para a construção de uma cultura de paz e as atividades lúdicas que são desenvolvidas auxiliando na construção de valores.
             Nas minhas pesquisas, percebi que uma das maiores problemáticas ocorre em torno da questão da agressividade, sendo esta intimamente ligada à violência social, que em grande parte é transmitido pelos meios de comunicação social, principalmente a televisão e surge então a importância de se trabalhar para a obtenção da paz. A paz é algo que se aprende, na família, na escola, na sociedade e uma educação para a paz pressupõe-se uma educação comprometida com a vida, em uma constante busca de respeito à dignidade humana, baseada na igualdade, na justiça e na fraternidade.
            A escola continua trabalhando e desenvolvendo em conjunto as  atividades e projetos, mais com idéias novas que ainda não foram postas em atividade,  relatou-me também a supervisora Rose e a orientadora Catia que este ano os professores continuam os mesmos e a demanda de alunos esta igual (saíram alguns, mais chegaram alguns novos). Em relação à violência esta bem controlada, alguns alunos problemáticos não estão mais na escola e continua o recreio dirigido com observação de um professor ou orientador, horário que havia mais desavenças entre os alunos.
            Este ano a escola possui dois alunos com soro positivo, sendo um do pré-escolar, mais tudo sobre controle e sendo tudo normal. Também no 3° ano (turno da tarde) a escola tem um aluno que pela manhã freqüenta a APAE e esta com sua sexualidade aflorada tendo um acompanhamento diferenciado porque é difícil a inclusão com os outros alunos.
            Os  novos acontecimentos surgem a toda hora e todos os dias, como no dia 13 de maio que à tarde não teve aula e foi comemorado o dia do índio, sendo trabalhado tudo sobre a cultura indígena através de apresentação de teatros, danças e cartazes.
            Esta sendo desenvolvido na escola um projeto de exploração do pátio da escola, com horta medicinal e reciclagem e receberá o nome "Projeto Cantando e Encantando o Ambiente”, os alunos poderão construir a horta e plantar as mudas cuidando do desenvolvimento e crescimento, para mais tarde utilizar na escola. Também saber a importância da reciclagem, onde vão poder adquirir material para separar e organizar.
         Também este ano a escola esta organizando para dia 02 de outubro a Oktobesfest na escola, uma idéia nova que será trabalhada a cultura alemã na realização de comidas  e guloseimas típicas para a realização da festa, onde a comunidade participa interagindo com a escola.
            A escola vai ser escrita pela supervisora Rose no Educador nota 10 da revista nova escola, todos os projetos que a escola desenvolveu deram ótimos resultados tanto para a escola como a os alunos e comunidade.
Após a leitura do livro Fayga e segundo a autora com a idéia de que a partir da compreensão humana podemos nos tornar mais criativo e sensíveis, e que tudo pode progredir dentro de um contexto social, observo que minha escola parceira promove ações coletivas que permitem a convivência em conjunto, sempre procurando formas de cada vez mais proporcionar uma cultura de paz, trabalha os valores sociais, desenvolve atividades para inserir cada vez mais sujeito para dentro da escola, com criatividade trabalham música, dança, teatro, jogos, culinária, esportes e muitas brincadeiras.


Bibliografia:
 Lia Diskin, Laura Gorresio Roizman, Paz Como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas – Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro, UNESCO, Associação Palas Athena, 2002.

Ubiratan D’Ambrosio, Educação para a paz – 2000 - http://www.sociologia.org.br/tex/educacaoparaapaz.htm - acessado em 01/10/2009

Bíblia Sagrada.IS 32,17
BORIN, Claudio luis - Educação para a Paz: uma proposta pedagógica para a não violência

Sónia Carla Aroso Azevedo - Violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação Social 

BRANDÃO ,Carlos Rodrigues. Em campo aberto:escritos sobre educação e a cultura popular. São Paulo . Cortês ,1995,p.48 .

GUIMARÃES,Marcelo Rezende .Cidadãos do Presente : crianças e jovens na luta pela Paz. São Paulo: Saraiva, 2002.

Ostrower, Fayga. Criatividade e processos de criação 6° edição – Petrópolis – RJ –Editora 
Vozes – 1987.


Autora: Márcia Helena Tassoni Silva de Jesus
Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia EAD/UFPel.

domingo, 16 de outubro de 2011

Brincadeiras na Educação Infantil

Este artigo apresenta algumas considerações sobre brincadeiras e sua importância na educação infantil, destacando a necessidade destes para o desenvolvimento da criança. A infância é encantadora, durante a vida é neste período que exteriorizamos nossos sentimentos, nossas experiências e fundamentalmente nossa criatividade da forma mais espontânea que existe, brincando. Através do jogo a criança interage com a realidade e estabelece relações com o mundo em que vive. O brincar da criança, não pode ser considerado uma atividade complementar a outras de natureza dita pedagógica, mas sim como atividade fundamental para a constituição de sua identidade cultural e de sua personalidade.
É preciso dizer que a brincadeira acontece onde quer que a criança se encontre, independente do local. Basta um pequeno estímulo para que sua imaginação a leve para um mundo repleto de criatividade e movimento, expressando o seu interior.
É necessário trabalhar as emoções, independente da idade. Sendo o adulto um educador, ele deverá procurar ter consciência de suas limitações a fim de superá-las. Um adulto bem informado e preparado terá condições de intervir e proporcionar com maior intensidade o desenvolvimento da criança, pois o brincar na escola tem também uma função informativa para o professor. É importante que a ação do educador se oriente no sentido de ampliar o repertório das crianças, não só do ponto de vista lingüístico, como também do cultural. Cabe ao educador a tarefa de alimentar o imaginário infantil, de forma que as atividades das crianças se enriqueçam, tornando-se mais complexas pelas relações que se vão estabelecendo.
Cabe a educador, então, tendo em vista a compreensão e o conhecimento da evolução das crianças, pensarem que tipo de atividade propor, tendo clareza de intenção, isto é, sabendo o que as crianças podem desenvolver com a atividade proposta. Um segundo ponto, também fundamental, é o encaminhamento da atividade, ou seja, a definição de como ela será realizada, prevendo a ocupação do espaço e o limite do tempo, de acordo com a natureza da própria atividade, permitindo a realização dos movimentos em sua magnitude.
Autora:Jurema Teresinha Feiten
Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia-UFPEL-UAB

Música na educação infantil



Este artigo tem a intenção de melhorar a compreensão dos professores o que a música pode fazer nesta fase da vida das crianças. O objetivo é refletir sobre a musicalização na educação infantil, considerando a importância da música como parte da cultura e, portanto, como conhecimento a ser trabalhado no contexto da educação infantil.
No estágio que realizei na escola de educação infantil da rede municipal de Arroio dos Ratos, no qual desempenhei varias atividades com música. A resposta dos alunos era imediata ao ligar o som, as crianças se alegravam, falavam do tipo de música que gostam, diziam que tipo de música ouviam em casa, cantavam as musicas que lembravam, faziam coreografias, era uma festa, pois os alunos gostam muito das atividades que tem musica. Assim acredito que o desenvolvimento se dá com mais facilidade. Assim, o que se pode concluir a esse respeito é que efetivamente a prática de música, seja pelo aprendizado de um instrumento, seja pela apreciação ativa, potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato.
A aplicação da musica na educação infantil também traz efeitos muito significativos no campo da maturação social da criança. É por meio do repertório musical que nos iniciamos como membros de determinado grupo social. Por exemplo: as musicas  ouvidos por um bebê no Brasil não são os mesmos ouvidos por um bebê nascido na Alemanha; da mesma forma, as brincadeiras, as adivinhas, as canções, as parlendas que dizem respeito à nossa realidade nos inserem na nossa cultura.
Além disso, a música também é importante do ponto de vista da maturação individual, isto é, do aprendizado das regras sociais por parte da criança. Quando uma criança brinca de roda, por exemplo, ela tem a oportunidade de vivenciar, de forma lúdica, situações de perda, de escolha, de decepção, de dúvida, de afirmação.
Jurema Teresinha feiten
Estudante de licenciatura em pedagogia- UFPEL-UAB

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A Paz e o Cotidiano Escolar

O tema Educação Para a Paz tem como eixo central uma proposta pedagógica de educação para a Paz nas escolas, embasado na epistemologia crítica de Paulo Freire onde através do diálogo se busca o saber fazer a Paz na relação entre os cidadãos e possibilitar a convivência pacífica. Educar para a cultura da Paz através do diálogo, da solidariedade, da fraternidade, e da libertação humana.
Paulo Freire enfatiza que é na busca incessante do homem pela justiça que se cria e constrói a Paz, e que esta justiça social pode ser praticada com generosidade, amor, tolerância respeitando as diferenças de classe, de etnias, de credo religioso, sem estilismos, sem autoritarismo, e sem centralização de poder. Uma educação onde os valores têm inicio na família continuidade e aprofundamento na escola seguindo seu curso natural no trabalho, nas manifestações culturais, nos movimentos e organizações sociais etc.
Atualmente a sociedade esta imersa numa complexa inversão de valores e em situações cada vez mais desgastantes na convivência entre os indivíduos, por causa destas diferenças a escola tem sido historicamente uma instituição fundamental de apoio e construção na educação de ensino-aprendizagem dos valores morais e humanos.
“De anônimas gentes, sofridas gentes, exploradas gentes aprendi sobretudo que a Paz é fundamental, indispensável, mas que a Paz implica lutar por ela. A Paz se cria, se constrói na e pela superação de realidades sociais perversas. A Paz se cria, se constrói na construção incessante da justiça social. Por isso, não creio em nenhum esforço chamado de educação para a Paz que, em lugar de desvelar o mundo das injustiças o torna opaco e tenta miopizar as suas vítimas.”( Paulo Freire)



Sendo assim, a missão de ensinar os valores morais no âmbito do desenvolvimento é por excelência das instituições educacionais através da seleção de conteúdos e metodologias que favoreçam temas transversais (Justiça, Solidariedade, Ética etc.). Utilizando para tanto, projetos interdisciplinares de educação em valores, aplicados em contextos determinados, fora e dentro da sala de aula. Na escola parceira estes valores são trabalhados nas aulas de religião e nas dinâmicas de grupo ministradas pelo orientador pedagógico.
            A escolha do tema Educação pela Paz teve como base as idéias de Paulo Freire que defendem os diálogos entre educadores e educando, em uma educação de valorização do ser humano, portanto uma educação libertadora, transformadora capaz de impulsionar educadores e educandos numa busca constante por uma sociedade mais fraterna e solidaria. Também por acreditar que o êxito de uma escola e seus educadores esta diretamente ligada ao modo como estas questões são tratadas, sabemos que educando para a paz estamos construindo uma sociedade de igualdades.
Sendo assim a escola, seus gestores, seus professores e os demais colaboradores através da educação são responsáveis por grande parte da formação do caráter de seus educandos, visto que estes chegam à escola com pouca idade. Ter na educação o caminho para a paz é a consciência observada nas escolas parceiras.
No desenvolvimento de todo o trabalho de pesquisa nos eixos anteriores bem como nas observações realizadas em sala de aula, é percebemos o tratamento de igualdade a todos os alunos.
Em entrevista com a Diretora Sandra foram colocadas as questões relevantes ao tema educação para a Paz na escola parceira.
  1. 1.    Diretora Sandra há na escola projetos direcionados a construção de uma cultura de Paz? Não um projeto específico, e sim uma construção diária dentro de cada sala de aula e com todos os professores, paralelo aos projetos já existentes como 5S do grupo Gerdau e um projeto em desenvolvimento onde a escola esta trabalhando paisagismo. Sabemos das dificuldades e da necessidade de implantar uma educação que irradie os valores humanos e morais desde cedo, por isso não deixamos de buscar um espaço para explicar as coisas verdadeiras. Temos que ser mestres e discípulos ao mesmo tempo, ouvir para nos fazer ouvir, só assim avançaremos. Há um engajamento de todos na construção dos valores, e um maior aprofundamento com trabalhos de dinâmicas em grupo ou individuais aplicadas pelo Coordenador Pedagógico. Além deste os professores do ensino religioso trabalham valores humanos e generosidade.


  1. 2.    E quando ocorrem as desavenças entre os alunos como são resolvidas as questões? Se fugir do controle do professor em sala de aula, são transferidas para mim ou para o Coordenador. Fazemos uma investigação e por meio de conversa resolvemos, caso haja necessidade de comunicar a família é tomada providência e aprofundada a investigação. Quando a criança vem com problemas e isso se refletir no comportamento ou no aprendizado chamamos os pais ou responsáveis para conversar e encontrar juntos uma solução, até mesmo assistência psicológica para a criança ou a família.


  1. 3.    Com resultados positivos? Alguns, aqui na escola há realmente poucos casos, a nossa comunidade local é uma comunidade de trabalhadores, com poucas exceções. Normalmente as mudanças comportamentais são detectadas nas separações de casais, as crianças precisam se adaptar a uma situação nova, quando ficam com a mãe sentem a falta do pai, muitas vezes acabam indo para casa dos avós, e então a falta de ambos os pais. Acontecem também situações aleatórias como no caso de uma menina moradora na área rural. A mãe por displicência ou por morarem no campo não cuidava da higiene da criança, e claro que os colegas de sala perceberam e colocaram apelidos, diziam que estava mal cheirosa, enfim se manifestaram.


  1. 4.    Que providencias foram tomadas, isto não poderia caracterizar Bullying? Não chegou a ser Bullying porque foram tomadas providências cedo. Chamamos as crianças, digo crianças, mas são pré-adolescentes têm entre 12 e 13 anos, conversamos mostramos para elas a importância do respeito, e as possíveis razões das diferenças. A mãe também foi orientada a cuidar melhor da criança, desde então tudo ficou tranqüilo. Outro caso recente trazido por um professor foi quando um menino passou a mão no seio de uma menina. Neste caso impus a minha condição de Diretora, fui arbitrária, passei uma punição que o fez refletir para que não tenha mais esse tipo de atitude. Em situações como esta, não é preciso chamar a atenção nem tornar público o episódio, basta tomar medidas educacionais condizentes com o acontecimento, e que sirvam como correção da atitude.


Deixa-nos uma frase para reflexão, uma que você gostaria de ver estampada em todos os lugares alertando a todos os olhares para a consciência de um mundo melhor. Podemos refletir sobre um mundo mais humano e solidário, começando com a nossa prática diária de educação para a Paz, colocando nossas teorias e sonhos, em ações harmonizadoras com a vida e seu curso natural.
Depois de encerrar a entrevista com a Diretora da escola parceira, fez-se necessária uma reflexão para a melhor compreensão do tema educação para a paz dentro da escola parceira. Os diversos elementos trabalhados na escola alimentam a teoria de que é dentro da família que a criança começa a ser educada tanto para a paz quanto para a violência. A família é a grande responsável pela educação das crianças. Esta educação deve ter como base o amor e o respeito pelos seres humanos em sua totalidade.
Portanto discutir a paz é provocar os mais nobres sentimentos, a escola é uma Instituição e funciona como um conjunto, cada sujeito desempenha seu trabalho. Sob esta orientação, equipe diretiva, professores e funcionários da escola parceira trabalham visando uma educação emancipatória e de respeito aos sujeitos. Esta é uma constatação perceptível desde o inicio da parceria, sustentada pelas conversas com a professora parceira, também pelas entrevistas na escola ao longo do trabalho de pesquisa realizado na mesma.
Desta forma a educação para a paz esta inserida na escola e faz parte do currículo escolar o ensinamento dos valores como: Solidariedade, cooperação, fraternidade e respeito ao próximo.
Este é um tema amplo e compete à família e a escola desenvolver o exercício educativo da cultura da Paz. Isto porque a Paz é um comportamento e precisa estar presente em todos os nossos atos e ter espaço no nosso cotidiano.
Na EMEF Santa Rita, segundo o Diretor Luciano Leites, o desenvolvimento de uma cultura de PAZ se faz através de vários projetos de aproximação entre comunidade e escola e de resgate de valores morais em seus alunos, que alguns, por dificuldades familiares acabam por distorcer ou não compreender alguns valores. Resgatar valores morais como respeito, tolerância, generosidade e solidariedade é o início para a construção de uma cultura de paz.
Durante todo o ano a escola promove eventos para realizar a aproximação, realiza festas, palestras, comemoram datas festivas, jogos, atividades culturais e religiosas, nas reuniões escolares são realizados sorteios de cestas básicas e outros presentes, por ser uma comunidade muito carente se utilizam desses artifícios para convidar os pais a participar, além disso, tem o Projeto Escola para Pais, onde acontecem palestras com psicólogos, profissionais da saúde, que falam sobre doenças, drogas, e ainda o Conselho Tutelar que dão orientações aos pais no relacionamento com os filhos, ainda fornecem lanches e brindes, tudo para atrair a família que se torna mais participativa, tanto nas decisões da escola, quanto na vida escolar de seus filhos.
A orientadora pedagógica Kátia nos relata que em sala de aula os professores conversam sobre valores morais, e são realizados conselhos com os alunos, desenvolvidos pela orientadora, ao final de cada bimestre, temas sobre paz, respeito mútuo, convivência. Existe ainda a carteira do aluno, onde os alunos se auto avaliam e os critérios são mudados conforme a necessidade. Alguns critérios são: sigo as regras; uso as palavras mágicas; assiduidade; pontualidade; respeito com colegas e professores; faço as tarefas. Outra dificuldade que esta sendo trabalhada é a violência ocorrida no horário do recreio, alunos maiores agredindo alunos menores, então se iniciou o recreio dirigido, onde cada turma tem atividades orientadas e acompanhadas pelo professor, com jogos, sapata, fla-flu, ping-pong, jogo da velha, as regras são estipuladas pelos próprios alunos. Estão vendo resultados quando os alunos ficam sozinhos, já não ocorrem tantos casos de violência.
Acontece ainda o Projeto Escola Aberta, onde participam em torno de 35 pessoas, é realizado aos sábados e domingos, atinge toda comunidade escolar, com atividade de recreação, esporte, manicure, maquiagem e penteados, técnica em pintura, culinária, artesanato, expressão corporal e teatro, são atividades variadas e de interesse tanto dos alunos quanto dos pais, que também servem de renda extra para estas famílias. Com este projeto as crianças deixam de estar na rua e estão dentro da escola aprendendo coisas que levaram para o resto de suas vidas, e ainda estão acompanhadas de suas mães e familiares, unidos nas atividades.
O Coordenador do projeto é o Prof. Ewerton Vieira com o apoio da professora Patrícia, nos dizem que o objetivo deste projeto é: “Contribuir para a melhoria da qualidade da educação, a inclusão social e a construção de uma cultura de paz, por meio da ampliação das relações entre escola e comunidade e do aumento das oportunidades de acesso a informação para a cidadania, de maneira a reduzir a violência na comunidade escolar.”
A EMEF Santa Rita de Cássia encontra-se em uma área de risco social, com famílias muito carentes e algumas desestruturadas, precisando de ações que contribuam para o desenvolvimento moral dos alunos, percebe-se um comprometimento dos profissionais em educação para atender estas dificuldades. Esta postura de professores e funcionários da escola nos mostra que podemos e devemos fazer escolhas, pois elas são o propulsor de uma sociedade de violência ou de paz, escolhemos nossas atitudes com o outro e com o mundo diariamente, se optarmos por atitudes dignas, de respeito, de generosidade, de justiça e de solidariedade, estaremos construindo uma cultura de paz.
Na EMEF Miguel Couto, a situação não é considerada de risco, por isto, não há uma preocupação demasiada com relação ao desenvolvimento de valores morais, porque a maioria das famílias, com raras exceções, possui uma estabilidade afetiva, mesmo que nem sempre exista a presença do pai ou da mãe, existe um responsável que transmita estes valores. A proposta por uma cultura de paz e da transmissão de valores é introduzido através das conversas realizadas com os alunos diariamente em sala de aula, ou individualmente dependendo dos casos ocorridos eventualmente na escola.
Depois desta reflexão podemos dizer que experiências aqui relatadas possibilitam fazer as seguintes comparações, entre os trabalhos e projetos desenvolvidos nas escolas EMEF Miguel Couto e EMEF Santa Rita de Cássia. Independentemente do contexto social e dos trabalhos realizados nas escolas, a troca de experiências proporcionou o crescimento e o aprofundamento do tema educação para a Paz.
Nossas entrevistas são concordantes, onde encontramos semelhanças entre as dinâmicas aplicadas para desenvolver os conceitos relativos aos valores em sala de aula e através da realização de festas comunitárias e eventos que promovam a aproximação da comunidade com a escola. Proporcionando assim, uma prática coletiva e produtiva que valoriza os indivíduos como sujeitos participantes de uma sociedade em que há necessidade de diminuir as diferenças e que tenha maior respeito ao próximo, formando cidadãos integrados a uma cultura de paz.
Os aspectos que diferenciam as escolas são: na EMEF Miguel Couto não é desenvolvido nenhum projeto específico voltado para a Educação Para a Paz, todos os trabalhos realizados são paralelos aos projetos já existentes como o 5S da Gerdau que é a educação voltada para preservação do meio ambiente e um projeto de paisagismo que será implantado para a formação de desenhos artísticos através do grafite. Enquanto na EMEF Santa Rita de Cássia os projetos são realizados durante todo o ano em conjunto com a comunidade, promovendo a participação direta onde todos os sujeitos se voltem para a construção de uma cultura de paz.
Percebemos na comparação dos resultados obtidos com as pesquisas, haver necessidade da extensão e do prosseguimento do estudo por se tratar de um tema fundamental no desenvolvimento cognitivo das crianças e para o resgate de valores morais sucumbidos em um mundo voltado para o materialismo. “Em que o ter vale mais do que o ser”. Não sendo esta a proposta das escolas, dos pais e da sociedade.
“O comportamento de cada individuo é aceito pelos seus próximos quando subordinados a parâmetros, que denominamos valores , e que determinam os acertos e equívocos na produção e utilização das intermediações criadas pelo homem para sua sobrevivência e transcendência.” (Educação para a paz - Ubiratan D’Ambrosio - 2000)
A prática de valores morais na escola é o caminho para o desenvolvimento de regras de bem proceder em grupo, a criança sai do convívio da família para integrar uma sociedade maior, com diferenças marcantes, e precisa aprender ou reforçar o aprendizado adquirido no seu lar, sabendo distinguir o bem do mal, e buscando sempre o bem de todos, respeitando as hierarquias e os grupos que começa a participar nesta nova fase de sua vida e permanecerá durante muito tempo, aprendendo que vivenciará este tipo de comportamento por toda sua vida.
“uma das condições fundamentais é tornar possível o que parece não ser possível. A gente tem que lutar para tornar possível o que ainda não é possível. Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e reconstruir o mundo” (Paulo Freire)
Como mencionado acima, o que nos levou a escolher o tema Educação para a Paz foi à preocupação com o Ser Humano em nossa sociedade, para sermos mais específicos sob o prisma da moralidade e da generosidade. Todos os dias nos deparamos com inúmeras disputas na sociedade, com grupos sociais que se dizem civilizados, em acirradas lutas pessoais por ascensão social, dinheiro, poder, etc. Muitas vezes esquecendo a moralidade e o respeito. Grande parte destes valores está se perdendo ao longo da história da humanidade, a escola também deve desenvolver os princípios morais que tiveram início no seio familiar, estabelecendo uma ligação com a generosidade por esta ser essencial no processo de educação das crianças. Ser generoso é ter sentimentos nobres, querer ajudar o próximo e fazê-lo sem visar reconhecimento ou gratificações. 
Neste sentido reforça-se a importância de desenvolver trabalhos voltados para uma educação de cultura da Paz na escola e na sociedade.



A amplitude do tema educação para a paz faz com que educadores busquem diariamente trabalhar valores que promovam a paz dentro e fora da escola. Portanto é necessário ampliar o olhar para a convivência diária, não como se para tratar da paz precisasse existir a violência. A prevenção de conflitos é a capacidade de promover um conjunto de atividades destinadas a estabelecer a construção da paz. No entanto existem complexidades inerentes da falta de projetos específicos voltados para o tema, limitando a ação dos educadores. Isso pode resultar na não abrangência total do tema e restringir os educadores a trabalhar paralelamente aos conteúdos da grade curricular.
Ao longo do trabalho de pesquisa realizado na escola parceira se percebeu a falta de um projeto especifico voltado para o tema educação para a paz, mesmo assim são desenvolvidas atividades dinâmicas que trabalham o tema. Naturalmente os desafios surgem e as reivindicações também, isto quer dizer que a escola deve estar preparada para esta pedagogia crítica voltada para os valores humanos.


Referências
André Comte-Sponville, Pequeno tratado das grandes virtudes; tradução Eduardo Brandão. - São Paulo, Editora WMF Martins Fontes, 1995.
Celso Antunes, Relações Interpessoais e autoestima: A sala de aula como um espaço de crescimento integral, Petrópolis, Editora Vozes, 2009.
Lia Diskin, Laura Gorresio Roizman, Paz Como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas – Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro, UNESCO, Associação Palas Athena, 2002.
Prof. Maurício Apolinário, A Responsabilidade Moral Do Professor http://www.evirt.com.br/desafio/cap14.htm - acessado em 05/10/2009
Ubiratan D’Ambrosio, Educação para a paz – 2000 - http://www.sociologia.org.br/tex/educacaoparaapaz.htm – acessado em 01/10/2009
www.comitepaz.org.br– acessado em 07/10/2009
www.unipaz.org.br– acessado em 07/10/2009
www.educapaz.org.br– acessado em 07/10/2009
www.soudapaz.org.br– acessado em 07/10/2009
www.redepaz.org– acessado em 07/10/2009
http://comatematica.blogspot.com/2007/05/ubiratan-dambrsio-entrevista-paulo.html– acessado em 03/10/2009


Autoras:       Catia Cilene Azeredo dos Santos Alves* e
            Elida Nadir dos Santos Coelho**
 * **Alunas do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância/UFPel.