terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ser e Ter

*Gitana Rodrigues


Ser e Ter, ou Être et avoir (título original) lançado em 2002 e dirigido por Nicholas Philibert, francês, estudante de Filosofia que rendeu-se ao encantos do cinema e começa sua carreira de diretor na década de 1980. Através de seu dom em contar histórias, Nicholas diz que não faz filmes ‘sobre’ mas ‘com’.  Ser e Ter  é um documentário que aborda a ação docente em uma pequena escola rural da cidade de Aubergne (França) , onde George Lopez, professor dedicado, seguindo um método de ensino antigo, acompanha a formação dos alunos de uma turma multisseriada com idades entre 4 anos (pré-escolar) e 12 anos (educação fundamental). Separando lições e acompanhando individualmente seus alunos, o professor provoca reações em torno de seus medos (Axel, um menino de 6 anos faz uma leitura em que o professor o faz expressar-se quanto a pesadelos, fantasmas) , dificuldades (Létitia, 5 anos, não consegue memorizar o número 7, conta de 1 a 6 e bloqueia ao chegar no 7), respeito (alguém diz: ‘ele dá as ordens’ referindo ao professor), falando de forma direta e fazendo com que entendam o processo de aprendizagem a partir de seus pensares, Lopez também trabalha as diferenças, conflitos, negligência na realização das tarefas de forma amigável, sem alterar o tom de voz… Intervém nas discussões entre alunos no recreio através do diálogo e reflexão sobre: O que provocou a desavença? Quem e porquê começou? É necessário que aconteça novamente? Desta forma, expressões de inocência e curiosidade são marcantes no filme, evidenciando as relações estabelecidas entre professor x aluno(s) e alunos x alunos. Apesar de não tratar-se de um método que seja utilizado no ambiente escolar brasileiro, Ser e Ter provoca a reflexão das relações de cumplicidade e respeito entre o professor e o aluno através do diálogo. 




*Formanda Licenciatura Plena Pedagogia-UFPel

Importância e Significado da Pesquisa

Escola e Entorno
[1]Cassia Carolina Dutra da Costa
Resumo: Percebendo a importância da pesquisa, elaborei este trabalho, tendo como foco que a pesquisa que é um processo de construção de conhecimentos, onde há métodos que é um caminho a seguir para alcançar um fim. Foram feitas algumas leituras para auxiliar na elaboração e ajudar a compreender como é essencial pesquisar.
Palavras-chave: Importância – pesquisa – processo – conhecimentos – métodos.

Introdução
O foco principal deste trabalho é saber como pesquisar a escola e todo seu entorno com o intuito de conhecer, numa maior abrangência, o modo de vida das pessoas buscando referências no seu cotidiano, e que se dá através do diálogo, para conhecer melhor os alunos, saber seus interesses e necessidades isto é essencial para a prática educativa e conhecer todo o entorno da escola.
E qual é esse método? O diálogo que é o que Paulo Freire acredita ser o dado fundamental das relações de todas as coisas no mundo e é o que nós futuras educadoras estamos fazendo, sendo pesquisadoras e usando o diálogo com o pesquisado.
No diálogo entre pessoas estaremos abrindo uma troca de pensamentos e assim estaremos descobrindo através da pesquisa “sobre modos de ver e compreender o mundo” (Paulo Freire) e no diálogo estaremos abertos a novas descobertas que é a umas das idéias da pesquisa.
Será que em nossas pesquisas acharemos todas as respostas e prontas? Não, porque então pesquisar, pesquisar apenas pra ver se as famílias vão à escola, participam das atividades, das reuniões escolares, o que necessitamos é entender o “universo de fala da cultura da gente do lugar” (Paulo Freire).
Por isso o professor-pesquisador deve criar um vínculo com a família dos educandos com intuito de facilitar o enfrentamento de situações inusitadas que ocorrem continuamente na escola, mais especificamente, na sala de aula. Devemos tentar entender as comunidades (famílias) e não ajudá-las, um exemplo muito claro foi o que uma professora falou que nós podemos chegar a uma determinada comunidade e lá não tem luz, água, e prontamente nós ligarmos pra CEEE, Corsan e pronto eles agora tem água e luz e, quem disse que era isso que eles estavam precisando, de repente ao invés de resolver o problema nós estaremos criando outro, porque agora eles vão ter contas e como vão pagar? E é isso que acredito que Paulo Freire fala no texto que devemos escutar as pessoas e não tirando conclusões precipitadas, a idéia é investigar, pesquisar, levantar e descobrir, isso faz com que vemos a realidade, a vida deles, sua cultura.

Métodos
O professor deve ensinar, incentivar, inovar, orientar, motivar, pesquisar, participar e zelar, pois assim com a grande responsabilidade, entusiasmo, que oriente seus alunos, que conheça o universo do educando, da família, no seio da comunidade escolar, é mais que avaliar, é preocupar-se comprometer-se, buscar as causas que dificultam o processo de ensino-aprendizagem.
No seu livro Pedagogia da Autonomia Paulo Freire nos mostra bem isso que “Ensinar Exige Rigorosidade Metódica”, ou seja, o professor deve carregar em si própria vontade, força, determinação, ser democrático em sua aula. Também fala que “Ensinar Exige Pesquisa”, nos quatro anos de curso ouvimos falar nisso e acho muito positivo, pois é importantíssimo que o professor seja pesquisador, conhecedor do seu aluno. E “Ensinar Exige Respeito aos Saberes dos Educandos” acima de tudo onde há respeito, há carinho, há participação, pois devemos respeitar os alunos de onde eles vêm, seus costumes.
Enfim não temos uma receita pronta, apenas sabemos que ser professor é:
·                     Ser estratégico;
·                     Ser motivador e incentivador;
·                     Ser agente de transformação;
·                     Ser desafiador.

Conclusão
No curso nós vimos a importância do diálogo, ele é a peça chave da pesquisa, em um simples diálogo com pessoas da comunidade estaremos abrindo inúmeras portas de oportunidades de conhecer as pessoas e nos aproximarmos delas. Sabemos a importância de conhecer a realidade dos sujeitos e com as informações buscadas, investigadas, pesquisadas e descobertas estaremos entendendo melhor o que se passa na vida daquele aluno, família e comunidade.
E segundo Paulo Freire...

“Um dos pressupostos do método é a idéia de que ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. A educação, que deve ser um ato coletivo, solidário - um ato de amor, dá pra pensar sem susto -, não pode ser imposta. Porque educar é uma tarefa de trocas entre pessoas e, se não pode ser nunca feita por um sujeito isolado”.

Enfim pra ser um bom professor competente temos que dar conta dessas questões, que é entender as pessoas, através do conhecimento, informações e aos poucos estamos aprendendo a lidar com essas situações, e é por isso que queremos ser professores significativos dentro de uma escola (sala de aula) não pra se engrandecer, mas pra fazer a diferença, entender a realidade de cada aluno, pois ninguém é igual.
        
Referências
·         FREIRE, Paulo. A Educação como Prática da liberdade. 23ª. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
·         FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.


[1] Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância – UFPEL/UAB.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pro Dia Nascer Feliz

*Gitana Rodrigues


Pro Dia Nascer Felizé um documentário brasileiro estreado em Fevereiro de 2007. Dirigido por João Jardim, formado em jornalismo, que define o filme como: “um diário de observação da vida do adolescente no Brasil em seis escolas”. O filme aborda o descaso com a educação no Brasil fazendo uma trajetória pelas escolas estaduais do nordeste e sudeste trazendo à tona a precariedade física destes espaços e a postura de alunos e professores em relação à escola e suas dificuldades. Numa das cidades mais pobres do Brasil (Manari-PE), Valéria, de 16 anos, encontra na literatura o refúgio para as dificuldades do seu cotidiano, que vão desde a pobreza até a  dúvida dos professores quanto a verdadeira autoria de suas poesias e textos. Seguindo para o Rio de Janeiro, encontramos jovens delinquentes que se alternam entre a criminalidade e a inteligência nos estudos, mostrando neste momento o despreparo dos professores em enfrentar estas situações e a diversidade de sentimentos que se confundem no ambiente escolar. Passamos para São Paulo numa escola bem estruturada (fisicamente), pois aí também percebemos as angústias, conflitos emocionais, a total fragilidade das alunas mesmo em debates sobre classe econômica social. Por fim, passamos a ouvir um depoimento sarcástico de uma aluna que esfaqueou a colega dentro da escola. Este filme nos provoca uma reflexão sobre o sistema educacional do Brasil, não apenas pelo poder público, mas também, pelo despreparo e ‘abandono’ da profissão do docente. 


*Formanda do curso de Licenciatura Plena Pedagogia, UFPel-Ead.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O PROCESSO DEMOCRÁTICO NA ESCOLA DOS DIRIGENTES DA ESCOLA

*Gisele Amaral

  
Neste momento nos aproximamos de mais uma eleição para diretores das escolas. Talvez seja o a hora de pensarmos o quanto este ato influenciará no processo de construção ou manutenção do processo de gestão democrática nas mesmas. A escola democrática é aquela que garante o espaço ao desenvolvimento de uma política educacional voltada para a construção coletiva e participativa, cabendo a essa comunidade também, além outras atribuições, eleger seu diretor escolar.
        A forma de provimento do cargo de dirigente escolar irá interferir no processo de democratização da escola. Esse processo (democratização da escola) se evidencia, quando é dado aos professores, pais, alunos e funcionários o direito de eleger seu representante. O diretor eleito pela sua comunidade saberá ouvir as sugestões, aceitará e permitirá a sua participação. O mesmo não se poderá dizer do dirigente indicado ou imposto pelos governantes. Este será mais resistente à voz dos segmentos da escola, o que designa um atraso no exercício efetivo da democracia.
A participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática, pois possibilita o envolvimento de todos (pais, alunos, professores e funcionários) no processo de tomada de decisões.
Na escolha do gestor escolar o aluno estará experimentando e vivenciando a democracia com responsabilidade, sentindo que é capaz de alterar a sua realidade.
            Ao diretor escolhido, com a consciência de sua liderança, cabe unir desejos, aspirações e expectativas da comunidade escolar e articular a adesão de todos na gestão de um projeto comum, uma gestão democrática.
A comunidade então irá acompanhar participar e cobrar de seus eleitos uma gestão ética, justa e séria.


*Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia EaD/EFPel.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

APRENDER BRINCANDO

Autora: Camila Tissot Vieira*


Brincar pode ser sinônimo de aprender, enquanto a criança brinca está aprendendo, testando suas habilidades em diversas áreas, provando situações e sentimentos que farão parte de suas vidas futuramente, como regras de convívio social e escolhas pessoais.
Os professores devem estar dispostos a trabalhar com o lúdico em sala de aula, pois os benefícios são muitos.  As crianças participam com entusiasmo nas atividades e assimilam o conhecimento com maios facilidade.
            As brincadeiras constituem momentos de aprendizado que devem ser estimulados na escola. As brincadeiras fazem parte da cultura local e são ricas de significados para as crianças.
Brincando as crianças desenvolvem sua personalidade, segundo Lev Vygotsky: "Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade".
Além disso, as brincadeiras desenvolvem e estimulam o raciocínio, a coordenação motora, a autoestima, a socialização, limites, a musicalidade, a oralidade, e várias outras áreas do conhecimento.
            As brincadeiras estão ligadas à cultura local e diferenciam-se no país, a mesma brincadeira, jogo ou cantiga de roda tem suas diferentes versões em cada estado ou região, porém preserva-se o sentido principal. Segundo Renata Meirelles: “... percebemos como as características culturais de cada povo, de cada região marcam seus territórios entre as brincadeiras infantis”.
Segundo Jean Piaget: “A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano”, então toda essa criatividade e energia que as crianças possuem podem ser direcionadas e mediadas por um professor que oriente seus alunos a aprender de forma lúdica, utilizando diversos recursos em suas aulas para tornar a escola um lugar em que se pode aprender brincando.



REFERÊNCIAS:

MEIRELLES, Renata. “Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras dos meninos do Brasil” 2ª edição, São Paulo:Terceiro Nome, 2007.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4ª edição Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
VYGOTSKY, Lev. “Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem.” São Paulo: Ícone/EDUSP, 1988.



* Estudante do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância-EAD/UFPel.