terça-feira, 30 de agosto de 2011

Alfabetização, Letramento e EJA


Formas metodológicas concretas da alfabetização dos sujeitos para além dos anos iniciais de escolarização.

Resumo: De acordo com a escolha do tema “Alfabetização e Letramento” para além dos anos iniciais, este trabalho tem como objetivo discutir os métodos que contribuem no processo pedagógico e servem para auxiliar o professor no processo de ensino-aprendizagem. Foram feitas algumas leituras para ajudar no desenvolvimento deste trabalho.
Palavras-chave: Séries iniciais – alfabetização – letramento - métodos – investigação -

Introdução
O trabalho a seguir foi realizado durante os eixos dos Estudos Colaborativos Orientados I, II e III, na escola Instituto Estadual Couto de Magalhães, tendo por objetivo a investigação através do diálogo e observações.
Este trabalho tem por objetivo investigar o tema “Alfabetização e Letramento” e como subtemática as formas metodológicas concretas da alfabetização dos sujeitos, para além dos anos iniciais de escolarização a partir de nossos referenciais trazidos da escola e da professora parceira, assim através do tema escolhido fui procurando investigar quais os métodos que auxiliava o professor no processo de aprendizagem dos alunos.
Em minha investigação sobre as formas metodológicas concretas da alfabetização dos sujeitos, para além dos anos iniciais de escolarização procuro investigar quais os métodos que são usados para a alfabetização dos sujeitos e como interferem ou não no processo de aprendizagem pelo aluno.
Os métodos contribuem nos processos pedagógicos para ser atendidos os objetivos traçados na prática escolar e servem para auxiliar o professor no processo de ensino-aprendizagem. E cabe ao professor experimentar vários métodos e definir qual será o melhor para aplicá-lo.
Diante desses fatos o que me despertou a curiosidade para saber e vivenciar a escolha desta temática é descobrir se na escola parceira a turma em que observo a professora utiliza algum método que a ajude para realizar seus trabalhos e acabei percebendo que os métodos em que ela utiliza partem da realidade do aluno e com certeza dá bons resultados, e também esse não é o único método que existe esse é apenas o mais consistente, e não existe um método infalível que não pode falhar, muitas vezes não dá certo, mas a maneira não é desistir e sim tentar outra vez e de outra maneira.

Métodos
De acordo com Emília Ferreiro, ela baseava-se em vários objetivos e um deles que se identificou com este trabalho é “descobrir o conhecimento que a criança traz de casa antes da aprendizagem formal e durante a realização deste processo”, este é um método que nós como futuras professoras não devemos se esquecer nunca, partir sempre da realidade do educando, pois o aluno já traz de casa uma bagagem que não pode ser esquecida quando chega à sala de aula, senão o sujeito fica limitado e o seu processo de alfabetização estará restrito.

 “Emília Ferreiro não nos dá uma receita pronta de como alfabetizar, mas abre portas para a reflexão do professor, para que esteja atento às especificidades das respostas dos aprendizes, ao percurso que trilham e às tentativas de se apropriar das convenções da nossa escrita.”

Conclusão
Compreendemos que métodos são essenciais para os professores nas práticas pedagógicas, assim cabe buscar estratégias de pesquisa para o desenvolvimento de aprendizagem dos sujeitos.
Assim é muito importante ressaltar que no processo de aprendizagem dos sujeitos é preciso respeitar o tempo de aprendizagem e as experiências que já foram construídos, pois sabemos que quando ele entra na escola o seu processo de alfabetização já está em desenvolvimento, ou seja, já vem de um meio letrado.  Assim precisamos ser agentes transformadores, que investiguem, reflitam, para poder compreendê-las e transformá-las.

Referências
·         CAGLIARI, Luiz Carlos. Introdução do livro “Alfabetização e Lingüística”.
·         CASTRO, Aguiar Falcão de. Métodos e Técnicas Pedagógicas. ENA, 2006.
·         CÓCCO, Maria Fernandes; HAILER, Marco Antônio. Didática de alfabetização: decifrar o mundo: alfabetização e socioconstrutivismo. São Paulo: FTD, 1996, p. 19-20 (Conteúdo e metodologia).
·         FERREIRO, Emília. Cultura, escrita e educação. Artemed, 2001.
·         FERREIRO, Emília. Os filhos do analfabetismo. Artemed, 1990.
·         FERREIRO, Emília. Passado e presente dos verbos ler e escrever. Cortez, 2002.


Autora:  Cassia Carolina Dutra da Costa*

* Graduanda do Curso de Licenciatura a Distância

sábado, 20 de agosto de 2011

Educação Infantil

 Resumo:
       O presente trabalho relata experiências acontecidas, durante a
realização de meu estágio e pesquisas realizadas na trajetória de
nosso curso, destacando a importância no lúdico para o desenvolvimento
das crianças.

                                     
Educação Infantil
Acredito que essa modalidade de ensino seja a mais surpreendente de
trabalhar.  Ela é oferecida em creches para crianças de 0 a 3 anos  e
em pré-escolas para as crianças de 4 e 5 anos. Estudos apontam que
crianças que freqüentam a modalidade possuem uma melhor aprendizagem
na fase escolar, tendo o raciocínio mais rápido, tornam se mais
dinâmicas e comunicativas com os colegas.
Muitas pessoas acreditam que a educação infantil seja somente
brincadeiras em sala de aula ou que elas passam toda aula pintando.
Mas é um grande engano, na Educação infantil começam os primeiros
contatos dos alunos com a escola, professores, colegas, eles seguem
uma rotina de horários, fazem sua alimentação em conjunto, tem a hora
da escovação, da higiene. A Educação Infantil não alfabetiza, mas
propõe aos alunos os contatos com os números, as letras, formas
geométricas, recortes, colagens tudo de acordo com o limite e a idade
de cada um.
Nas aulas são trabalhadas as linguagens de acordo com as atividades
oferecidas, quando realizei meu estagio com a Educação Infantil com
alunos em média de 05 anos, tínhamos uma rotina diária de aula,
chegávamos fazíamos a acolhida dos alunos com uma musica de entrada;
após a oração; e, seguida a escolha do ajudante do dia; a troca da
janelinha do tempo, se necessário; rodinhas de diálogo. Eram
realizadas atividades variadas de pinturas, desenhos livres, recortes,
colagens, confecção de jogos; contos de histórias; higiene antes do
lanche; música para começar a fazer a refeição; escovação; hora das
brincadeiras com jogos e brinquedos dentro da sala de aula;
organização da sala de aula; e após os alunos partiam para o pátio,
onde brincavam de maneiras livre na pracinha da escola, em nosso
estagio tínhamos a proposta de resgatar as cantigas de rodas, os
alunos adoravam.
A rotina serve para os alunos aprenderem a ter organização, poder se
acostumar com o ambiente escolar, eles vão para a escola e seguem os
horários, sendo preparados para ingressarem no Ensino Fundamental.
O lúdico é bastante importante nessa fase, as crianças brincam juntas,
participam das brincadeiras em conjunto, passam a ter mais comunicação
uns com os outros, e é claro ninguém tira nossa satisfação em ver
aqueles rostinhos contentes, olhinhos brilhando, aquele ar puro, a
alegria estampada em um lindo sorriso, é muito gratificante saber que
estamos em algum momento proporcionando a uma criança um momento
inesquecível, algo transformador, que somente a brincadeira pode
proporcionar. Segundo Vygotski, o lúdico é educativo quando desperta
na criança curiosidade. Precisamos aproveitar o lúdico em sala de aula
como facilitador de aprendizagem.

Referencias:
http://www.infoescola.com/educação-infantil/


Autora: Rochele Souza Angelo*
* Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância

sábado, 13 de agosto de 2011

TDA/H- Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

RESUMO
O artigo visa fornecer um panorama geral do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em relação aos comportamentos que acompanham tal transtorno, suas conseqüências para a vida do indivíduo e a inclusão destes na comunidade escolar.

Palavras-chave: educação inclusiva, déficit de atenção e hiperatividade;

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

            O presente trabalho é uma reflexão a respeito da educação inclusiva com ênfase em Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. O tema foi escolhido a partir da observação de casos que ocorrem em escolas do município e exigem atenção especial da sociedade.
            A pesquisa sobre o tema escolhido foi feita nas escolas Instituto Estadual Couto de Magalhães e Escola Municipal Miguel Couto, ambas situadas na cidade de Arroio dos Ratos, Rio Grande do Sul.

A inclusão e a exclusão

           
A educação inclusiva, sem preparação adequada gera exclusão e prejudica
os alunos com necessidades educacionais especiais.
            O Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade tem como objetivo
gerar inclusão nas escolas com as chamadas “turmas inclusivas”, onde os professores numa tentativa de incluir a turma, acabam excluindo e pouco ajudando àqueles que necessitam de atenção especial. A falta de preparo técnico das escolas e dos educadores, a falta de apoio do governo, a desmotivação, fazem que a inclusão não aconteça, pois as necessidades educacionais especiais dos alunos não são supridas devidamente, estes acabam sendo prejudicados, porque cada vez mais se distanciam da escola que não os entende.
            No texto “Inclusão em escolas municipais: análise inicial de um caso” de Mônica de Carvalho M. Kassar a autora explicita parte de uma pesquisa sobre inclusão com casos que observou em duas turmas de primeira série de uma escola municipal, com casos de deficiências visuais, mentais, cardiopatias e surdez, com idades diferentes.
            Na primeira sala temos um exemplo de esforço da professora ao adaptar com os recursos que dispõe suas aulas para um aluno cego.
            Alguns alunos especiais acabam sendo ignorados pelos professores porque não é estabelecida a integração e comunicação necessária para que se desenvolvam. Na segunda sala cito o exemplo da professora que não consegue dar atenção para todos os seus alunos, excluindo ao invés de incluir a turma.
            O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno neuroquímico que pode gerar comportamento explosivo e também timidez, um aluno com deficiência não pode ser colocado em uma sala normal sem que seja trabalhado um projeto pedagógico adaptado para que ele seja desenvolvido, sem preparação da escola as dificuldades do aluno se acentuam, e a exclusão e o preconceito tomam lugar do que deveria ser o começo da verdadeira inclusão.
            Nas escolas existem casos de TDAH em tratamento e casos suspeitos que estão encaminhados a psicólogos. A falta de especialização dos educadores e o descompromisso da sociedade são os principais motivos da exclusão.
            O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno de causas genéticas, que aparece na infância e na maioria das vezes acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Os principais sintomas são: desatenção, inquietude e impulsividade.
            Hoje em dia os sintomas são percebidos com mais facilidade e encaminhados a tratamento pelo avanço da medicina, mas nem sempre foi assim, o TDAH já fora confundido com birra, má criação e falta de limites.
            Graças ao empenho de profissionais comprometidos com o desenvolvimento humano o TDAH já não é mais um mistério e os indivíduos hiperativos têm seu problema tratado com  a combinação de remédios, orientação de familiares e professores e técnicas específicas ensinadas ao portador. A psicoterapia e o tratamento com fonoaudiólogos para a dislexia também fazem parte do tratamento.
            É comum alunos com TDAH apresentarem dificuldades para ler e interpretar textos e realizar raciocínios porque seu pensamento é rápido e têm dificuldade em concentrar-se por muito tempo.

Sintomas em crianças e adolescentes

            As crianças com TDAH, costumam ser agitadas e inquietas. Na idade pré-escolar estas crianças mostram-se impulsivas, movendo-se sem parar pela sala de aula, mexendo em vários objetos e com os colegas, demonstram energia como se estivessem “ligadas” em um motor. Não param quietas na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair de sala.
            Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. São facilmente distraídas por estímulos do ambiente, mas também se distraem com pensamentos "internos", isto é, vivem com a mente a vaguear. Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como "esquecidas": esquecem recados, o material escolar ou aquilo que estudaram na véspera da prova. Quando elas se dedicam a fazer algo do seu interesse, conseguem concentrar-se na atividade, porém esse tempo de atenção costuma ser curto pois costumam fazer tudo muito rápido, e rapidamente se desinteressam pelo que estão fazendo.
            As crianças com TDAH costumam se interessar por atividades escolares que envolvam a movimentação, a interação e desafios, se sentem estimuladas com competições, mas têm dificuldades em aceitar a derrota de um jogo e nestas situações podem ficar agressivas.

            Elas também tendem a ser impulsivas e não esperam sua vez, não gostam de formar fila, não lêem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem impulsivamente, também apresentam dificuldades em organização e planejamento de atividades diversas.
            As crianças com TDAH são muito criativas e inteligentes, mas infelizmente a maioria dos professores não consegue aproximar-se do aluno porque acaba se afastando  impondo-se de maneira rígida demais, tentando controlá-lo.


Sintomas em adultos

            Os principais sintomas em adultos com TDAH são desorganização, o stress, depressão e impulsividade. Dependendo do caso alguns apresentam timidez e introspecção. Uma criança com TDAH não tratada será um adulto com dificuldades nas relações sociais, como no trabalho e na família, pois pessoas sem este transtorno não entendem as reais dificuldades que os TDAH têm.

“A modificação ou atenuação dos sinais de hiperatividade e por vezes também os de impulsividade fazem do quadro no adulto um transtorno com predomínio de sintomas cognitivos em contraposição ao quadro predominantemente motor e comportamental na infância. Entre os adultos ficam mais evidentes as imperfeições das chamadas funções executivas, entendendo-se por esse conceito um conjunto complexo de funções de planejamento, organização e execução de tarefas visando a uma meta mais adequada no futuro de preferência a uma resposta imediata, com ganhos menores no presente.
Não bastasse o transtorno no adulto ser um quadro menos evidente em consequência dessas modificações dos sintomas, nos adultos o problema torna-se ainda mais difícil de identificação requerem do profissional uma maior perícia e familiaridade com as formas de expressão do TDAH por duas outras razões. Elas são: de um lado, os problemas emocionais e de relacionamento comuns nessas pessoas, e de outro lado os diversos transtornos (comorbidades) que aparecem associados ao TDAH com uma frequência muito maior que entre as crianças.” (trecho extraído de TDAH em Adultos: um “transtorno oculto” Texto do Dr. Sérgio Bourbon Cabral – psiquiatra e membro da diretoria ABDA: http://www.tdah.org.br/reportagem02.php?id=26&&tipo=T  acessado em 18/06/2010).
            Segundo o Dr. Sérgio o diagnóstico de TDAH fica mais difícil pois as relações sociais e as responsabilidades da vida adulta fazem o indivíduo confundir transtornos emocionais não relacionando a maneira de agir e pensar a de um hiperativo.
Na escola o hiperativo muitas vezes torna-se alvo de preconceito e crítica dos colegas por ser diferente e isso acaba desestabilizando seus sentimentos mais ainda. O preconceito só pode ser vencido por pessoas que façam a diferença e apóiem  os que são vítimas da exclusão.
O filme “Um sonho possível” baseado em uma história real retrata bem uma batalha contra o preconceito: Como é possível vencer o preconceito?  O personagem principal Michael vem da periferia da cidade abandonado pela mãe e com a ajuda do tio consegue uma bolsa em uma escola de classe alta, Michael é pobre, negro e obeso, e isso gera preconceito dos colegas de aula e dos professores. Michael é colega da filha mais nova e fica amigo do filho mais novo da arquiteta Leigh Anne que  ajuda Michael a mudar seu destino. Michael através de seu esforço nos estudos, seu talento no futebol americano e com o apoio da família Tuohy, consegue superar dificuldades, a comunidade escolar o aceita, ele se torna um grande jogador, entrando para uma universidade conceituada.
            O destino de Big Mike mudou porque ele recebeu apoio de alguém, esse alguém fez a diferença. O preconceito reina na sociedade exclusiva que determina estereótipos e conceitos materialistas e a questão abordada no filme é desenvolver a capacidade e potencialidade de cada indivíduo, respeitando sua individualidade, levando em conta suas habilidades e dificuldades, para que possa desenvolver-se  plenamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A ação conjunta entre os profissionais da educação e saúde, a família e o portador pode fazer com que as pessoas com TDAH sejam incluídas sociedade.
            Acredito que  a ação da escola voltada para as necessidades especiais do hiperativo ajude a contornar muitos problemas de aprendizagem que ele venha apresentar. 
            O hiperativo dispersa a atenção da turma devido ao seu comportamento inquieto, exigindo assim do professor uma atenção especial, muitas vezes dificultada pelo excesso de alunos sob sua responsabilidade.
            Partindo-se de uma ação didática-pedagógica mais envolvente na qual seja valorizada a afetividade, percebe-se ser possível contornar os problemas de aprendizagem e de comportamento social do hiperativo.
            Também o despreparo do educador inibe uma aprendizagem mais eficaz por parte do hiperativo, já que o mesmo necessita de estímulos especiais capazes de prender sua atenção. O planejamento do professor deve ser feito com aulas voltadas a chamar a atenção do aluno, respeitar seu tempo de aprendizagem e suas dificuldades, sempre integrando a turma.
            A constante pesquisa sobre TDAH é importante pois muitos casos ainda não foram diagnosticados e o professor deve estar atento ao comportamento de seus alunos, para que a educação aconteça da melhor forma possível.

REFERÊNCIAS:

            Site: http://www.tdah.org.br;

            Revista chão da escola edição nº 7 de novembro de 2008;

            Texto: Uma leitura da inclusão a partir do pensamento de Paulo Freire - Carlos Alberto Marques;

             Texto: “Inclusão em escolas municipais: análise inicial de um caso” - autora Mônica de Carvalho M. Kassar.
           
            Filme: “Um sonho possível” - diretor John Lee Hancock.


Autora:Camila Tissot Vieira *
* Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância



Formação de formadores

A formação do profissional em educação infantil é importantíssima, visto que é o
primeiro profissional com o qual as crianças tem contato na escola.
O professor deve ter, acima de tudo, um comprometimento com a função de
educador, devendo estar atento aos seus alunos, ser imparcial e desenvolver um
trabalho de pesquisa, colocando em prática a troca de saberes, aproximando
realidades, proporcionando a interação, trabalhando a transformação através do
diálogo.

A “Formação Profissional em educação infantil", nos faz refletir sobre alguns
questionamentos: Como deve ser este profissional? O que deve fazer com a
diversidade que encontrará a cada ano letivo? Como adequar um sistema antigo ao
desejo de transformação?
As respostas surgirão ao longo da caminhada, e, o profissional, que passa de formado
à formador, têm subsídios para desenvolver um trabalho qualificado, com objetivo de
formar cidadãos preparados para o mundo.
Buscamos no “Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil” (do
Ministério da Educação e do Desporto, 1998-volume 1) , conhecer a proposta legal de
como deve ser um profissional da área de educação e também das instituições que
desenvolvem este trabalho, tendo em vista a melhoria da educação, servindo este de
guia/reflexão ao profissionais da área que trabalham com crianças de 0 a 6 anos.
Aborda a CRIANÇA, em suas diversidades, comunidades e, vivências, tendo a
pesquisa e observação extrema importância para o desenvolvimento destas crianças,
pois trazem consigo o referencial: família.

O que vivenciam em seu cotidiano, seja de qualquer natureza, será trazido para
o ambiente escolar de forma simples e natural, tendo o professor que desenvolver
meios que visem integrar a diversidade, auxiliando a superação das dificuldades.
Em relação a estas crianças, há objetivos concretos, como: EDUCAR, sendo o
professor aquele que contribui para o desenvolvimento, possibilita a interação com osdiversos sujeitos, promove o conhecimento de outras realidades e culturas, além de
estimular o senso crítico.
CUIDAR: é entender como podemos ajudá-las em suas dificuldades, necessidades e
potencialidades; pesquisar seu entorno para focar em suas necessidades básicas e
desenvolver um vínculo de apoio e atenção;
BRINCAR: As crianças tendem a se expressarem através de brincadeiras; pensam e
recriam tudo aquilo que lhes chama a atenção: movimentos, relação (afetiva/com
objetos) e linguagem.
As brincadeiras podem ser de faz-de-conta, materiais de construção e
brincadeiras com regras. Esta atividade do 'brincar' propicia ao professor um
entendimento melhor do que cada um pensa e como se realciona com o todo. O
objetivo do professor é através do lúdico observar o comportamento e desenvolvimento
das crianças,e, logo fazer uma sistematização destes dados afim de desenvolver um
trabalho de construção da aprendizagem coletiva uniformemente;
Há atividades ‘orientadas’, que tem a participação mais ativa do professor, que
auxilia as crianças na construção do conhecimento, da interação com colegas/escola,
na troca de vivências, como lidam com problemas, desafios e soluções, trabalho de
equipe, o que podem contribuirem para o desenvolvimento do grupo, mas para isso o
professor deve conhecer as crianças com as quais está trabalhando;
A criança deve trocar, construir conhecimentos junto com os colegas. Neste
ponto, é importante que diferentes realidades se encontrem, dificuldades sejam
confrontadas e auxiliadas.

O profissional da área de educação deverá reunir cuidados e conhecimento para
atuar nesta área. Ser um pesquisador informal, conhecer o entorno da escola, ter
respeito aos sujeitos e promover a interação através da sistematização das vivências e
realidade das crianças e comunidade a qual pertencem.
O professor comprometido com os objetivos da educação: educar e cuidar, de
forma conjunta com as famílias, torna a construção do conhecimento em uma
aprendizagem contínua e interativa no ambiente escolar.
Desta forma, escola e família devem ter os mesmos objetivos, no documentário¹
"Crianças Invisíveis", podemos observar o não-comprometimento da família com
relação a educação das crianças, que de 'reais' passam a 'invisíveis'.

Vimos que na diversidade de povos, raças, paises, a indiferença em relação a
criança ainda é fator predominante.
Crianças tornam-se “Invisíveis” porque não são vistas como crianças, e, sim,
como mão-de-obra, delinqüentes, sobreviventes...
Tais situações, trazidas a prática pedagógica nos fazem refletir sobre a
importância da sistematização das realidades encontradas, pesquisa de entorno e
vivências, para que se possa desenvolver a maneira mais adequada para atender a
estas dificuldades e necessidades das crianças quando chegam ao ambiente escolar.
O profissional deverá estabelecer uma relação de cumplicidade com estas
crianças afim de conquistar a confiança e poder desenvolver um trabalho de
socialização (dentro do possível) e interação.
As crianças sempre serão reais e não ideais, pois encontramos filhos de
guerra/tráfico, de aliciadores, de drogados, de preconceito, de sobrevivência, de
trabalhadores que não conseguem ‘ver’ suas crianças, de descontrole emocional da
família, de amor e respeito logo deparam-se com a realidade amarga de estar só.
Enfim, crianças de realidades diferentes, mas que acabam se entrelaçando.
Realidade daquilo que não queremos ver; a criança que sai para buscar alguns
trocados, que sonha, que se diverte com o que têm, que comem quando e o que
podem, que são carinhosos, que são honestos, que são preparados para a vida da
sobrevivência, sem pensar muito no amanhã, mas que sonham.

A realidade do sul do Brasil, não se diferencia de outras. A diversidade dos
problemas se repetem, e, por muitas vezes, a criança passa “invisível” pela sociedade,
pela escola que não tem um plano que atenda a estes problemas de forma a auxiliar e
tornar estas crianças reais em visíveis para sociedade.

Na maioria das vezes, “invisíveis”, são nossos conceitos de crianças saudáveis,
com hábitos de higiene e alimentação, de família estruturada, que interage com a
sociedade, que têm pais participativos no processo de aprendizagem, crianças ‘ideais”,porém quando chegam à escola conhecemos a criança real, com a qual devemos
desenvolver uma trabalho de cuidados e educação.
Através da imaginação e criatividade, as crianças reproduzem em suas
brincadeiras a realidade que conhecem, não importando classe social, origem, raça,
crença,..., são uniformes quando tentam reproduzir no sorriso da brincadeira, aquilo que
vivenciam em seu cotidiano.

Há também as brincadeiras de 'menino', tais como: estilingue, futebol, carrinho,
futebol de botão, espadas, luta,... as de 'menina': roda/ciranda, boneca, bambolê,...,
mas também as que são comum a 'todos': esconder, desenho nas sombras, parque, e,
todas estas brincadeiras passam de geração para geração. Mas quem ensina a estas
crianças estas brincadeiras, antigas, se passam 'invisíveis' por suas famílias? Na
observação que fazem do mundo a sua volta?!
Crianças observam tudo, conceituam, constroem e destroem, tem a percepção
aguçada e costumam a relacionarem-se com seus brinquedos, de acordo com suas
vivências.
Observamos neste documentário (Crianças Invisíveis), um menino
chamado Tanza, que visualiza, através dos brinquedos, a destruição da guerra, que
permanece em sua memória, mas que nunca fará com que a infância existente dentro
de si, se perca.
O profissional da área de educação deverá estar atento a diversidade da turma,
do entorno da escola, dos conteúdos e maneira mais adequada para incorporá-los ao
cotidiano destas crianças.
O educador tem o dever de educar e cuidar, e não podemos formar
cidadãos ...'para desenvolverem apenas o instinto tartaruga.', como diz Frederico
Nietzsche², tecendo uma crítica à civilização ocidental quanto a educação. É preciso
mais, auxiliar no desenvolvimento destas crianças como seres humanos, através da
pesquisa, do diálogo informal, brincadeiras, e , aprendizagem colaborativa para assim,
formarmos cidadãos conscientes de seus papéis na sociedade.


¹documentário italiano, ano 2005, escrito por oito diretores consagrados de diferentes nacionalidades encomendadas pela
Unicef, retratando a dura realidade de crianças e adultos em diversas partes do mundo.
²filósofo alemão, nacionalizado suiço, crítico da cultura ocidental e suas religiões, 1844-1900



Referências bibliográficas
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil, Brasília 1998, volume 1.
ALL THE INVISIBLE CHILDREN, documentário ‘Crianças Invisíveis’, drama, Itália 2005,
direção Mehdi Charef, Spike Lee, Ridley Scott, outros, à pedido Unicef.
WIKIPÉDIA, história de Frederico Nietzsche

Autora: Gitana Rodrigues*
*Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância.