sábado, 13 de agosto de 2011

TDA/H- Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

RESUMO
O artigo visa fornecer um panorama geral do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em relação aos comportamentos que acompanham tal transtorno, suas conseqüências para a vida do indivíduo e a inclusão destes na comunidade escolar.

Palavras-chave: educação inclusiva, déficit de atenção e hiperatividade;

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

            O presente trabalho é uma reflexão a respeito da educação inclusiva com ênfase em Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. O tema foi escolhido a partir da observação de casos que ocorrem em escolas do município e exigem atenção especial da sociedade.
            A pesquisa sobre o tema escolhido foi feita nas escolas Instituto Estadual Couto de Magalhães e Escola Municipal Miguel Couto, ambas situadas na cidade de Arroio dos Ratos, Rio Grande do Sul.

A inclusão e a exclusão

           
A educação inclusiva, sem preparação adequada gera exclusão e prejudica
os alunos com necessidades educacionais especiais.
            O Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade tem como objetivo
gerar inclusão nas escolas com as chamadas “turmas inclusivas”, onde os professores numa tentativa de incluir a turma, acabam excluindo e pouco ajudando àqueles que necessitam de atenção especial. A falta de preparo técnico das escolas e dos educadores, a falta de apoio do governo, a desmotivação, fazem que a inclusão não aconteça, pois as necessidades educacionais especiais dos alunos não são supridas devidamente, estes acabam sendo prejudicados, porque cada vez mais se distanciam da escola que não os entende.
            No texto “Inclusão em escolas municipais: análise inicial de um caso” de Mônica de Carvalho M. Kassar a autora explicita parte de uma pesquisa sobre inclusão com casos que observou em duas turmas de primeira série de uma escola municipal, com casos de deficiências visuais, mentais, cardiopatias e surdez, com idades diferentes.
            Na primeira sala temos um exemplo de esforço da professora ao adaptar com os recursos que dispõe suas aulas para um aluno cego.
            Alguns alunos especiais acabam sendo ignorados pelos professores porque não é estabelecida a integração e comunicação necessária para que se desenvolvam. Na segunda sala cito o exemplo da professora que não consegue dar atenção para todos os seus alunos, excluindo ao invés de incluir a turma.
            O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno neuroquímico que pode gerar comportamento explosivo e também timidez, um aluno com deficiência não pode ser colocado em uma sala normal sem que seja trabalhado um projeto pedagógico adaptado para que ele seja desenvolvido, sem preparação da escola as dificuldades do aluno se acentuam, e a exclusão e o preconceito tomam lugar do que deveria ser o começo da verdadeira inclusão.
            Nas escolas existem casos de TDAH em tratamento e casos suspeitos que estão encaminhados a psicólogos. A falta de especialização dos educadores e o descompromisso da sociedade são os principais motivos da exclusão.
            O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno de causas genéticas, que aparece na infância e na maioria das vezes acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Os principais sintomas são: desatenção, inquietude e impulsividade.
            Hoje em dia os sintomas são percebidos com mais facilidade e encaminhados a tratamento pelo avanço da medicina, mas nem sempre foi assim, o TDAH já fora confundido com birra, má criação e falta de limites.
            Graças ao empenho de profissionais comprometidos com o desenvolvimento humano o TDAH já não é mais um mistério e os indivíduos hiperativos têm seu problema tratado com  a combinação de remédios, orientação de familiares e professores e técnicas específicas ensinadas ao portador. A psicoterapia e o tratamento com fonoaudiólogos para a dislexia também fazem parte do tratamento.
            É comum alunos com TDAH apresentarem dificuldades para ler e interpretar textos e realizar raciocínios porque seu pensamento é rápido e têm dificuldade em concentrar-se por muito tempo.

Sintomas em crianças e adolescentes

            As crianças com TDAH, costumam ser agitadas e inquietas. Na idade pré-escolar estas crianças mostram-se impulsivas, movendo-se sem parar pela sala de aula, mexendo em vários objetos e com os colegas, demonstram energia como se estivessem “ligadas” em um motor. Não param quietas na cadeira, falam muito e constantemente pedem para sair de sala.
            Elas têm dificuldades para manter atenção em atividades muito longas, repetitivas ou que não lhes sejam interessantes. São facilmente distraídas por estímulos do ambiente, mas também se distraem com pensamentos "internos", isto é, vivem com a mente a vaguear. Como a atenção é imprescindível para o bom funcionamento da memória, elas em geral são tidas como "esquecidas": esquecem recados, o material escolar ou aquilo que estudaram na véspera da prova. Quando elas se dedicam a fazer algo do seu interesse, conseguem concentrar-se na atividade, porém esse tempo de atenção costuma ser curto pois costumam fazer tudo muito rápido, e rapidamente se desinteressam pelo que estão fazendo.
            As crianças com TDAH costumam se interessar por atividades escolares que envolvam a movimentação, a interação e desafios, se sentem estimuladas com competições, mas têm dificuldades em aceitar a derrota de um jogo e nestas situações podem ficar agressivas.

            Elas também tendem a ser impulsivas e não esperam sua vez, não gostam de formar fila, não lêem a pergunta até o final e já respondem, interrompem os outros, agem impulsivamente, também apresentam dificuldades em organização e planejamento de atividades diversas.
            As crianças com TDAH são muito criativas e inteligentes, mas infelizmente a maioria dos professores não consegue aproximar-se do aluno porque acaba se afastando  impondo-se de maneira rígida demais, tentando controlá-lo.


Sintomas em adultos

            Os principais sintomas em adultos com TDAH são desorganização, o stress, depressão e impulsividade. Dependendo do caso alguns apresentam timidez e introspecção. Uma criança com TDAH não tratada será um adulto com dificuldades nas relações sociais, como no trabalho e na família, pois pessoas sem este transtorno não entendem as reais dificuldades que os TDAH têm.

“A modificação ou atenuação dos sinais de hiperatividade e por vezes também os de impulsividade fazem do quadro no adulto um transtorno com predomínio de sintomas cognitivos em contraposição ao quadro predominantemente motor e comportamental na infância. Entre os adultos ficam mais evidentes as imperfeições das chamadas funções executivas, entendendo-se por esse conceito um conjunto complexo de funções de planejamento, organização e execução de tarefas visando a uma meta mais adequada no futuro de preferência a uma resposta imediata, com ganhos menores no presente.
Não bastasse o transtorno no adulto ser um quadro menos evidente em consequência dessas modificações dos sintomas, nos adultos o problema torna-se ainda mais difícil de identificação requerem do profissional uma maior perícia e familiaridade com as formas de expressão do TDAH por duas outras razões. Elas são: de um lado, os problemas emocionais e de relacionamento comuns nessas pessoas, e de outro lado os diversos transtornos (comorbidades) que aparecem associados ao TDAH com uma frequência muito maior que entre as crianças.” (trecho extraído de TDAH em Adultos: um “transtorno oculto” Texto do Dr. Sérgio Bourbon Cabral – psiquiatra e membro da diretoria ABDA: http://www.tdah.org.br/reportagem02.php?id=26&&tipo=T  acessado em 18/06/2010).
            Segundo o Dr. Sérgio o diagnóstico de TDAH fica mais difícil pois as relações sociais e as responsabilidades da vida adulta fazem o indivíduo confundir transtornos emocionais não relacionando a maneira de agir e pensar a de um hiperativo.
Na escola o hiperativo muitas vezes torna-se alvo de preconceito e crítica dos colegas por ser diferente e isso acaba desestabilizando seus sentimentos mais ainda. O preconceito só pode ser vencido por pessoas que façam a diferença e apóiem  os que são vítimas da exclusão.
O filme “Um sonho possível” baseado em uma história real retrata bem uma batalha contra o preconceito: Como é possível vencer o preconceito?  O personagem principal Michael vem da periferia da cidade abandonado pela mãe e com a ajuda do tio consegue uma bolsa em uma escola de classe alta, Michael é pobre, negro e obeso, e isso gera preconceito dos colegas de aula e dos professores. Michael é colega da filha mais nova e fica amigo do filho mais novo da arquiteta Leigh Anne que  ajuda Michael a mudar seu destino. Michael através de seu esforço nos estudos, seu talento no futebol americano e com o apoio da família Tuohy, consegue superar dificuldades, a comunidade escolar o aceita, ele se torna um grande jogador, entrando para uma universidade conceituada.
            O destino de Big Mike mudou porque ele recebeu apoio de alguém, esse alguém fez a diferença. O preconceito reina na sociedade exclusiva que determina estereótipos e conceitos materialistas e a questão abordada no filme é desenvolver a capacidade e potencialidade de cada indivíduo, respeitando sua individualidade, levando em conta suas habilidades e dificuldades, para que possa desenvolver-se  plenamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A ação conjunta entre os profissionais da educação e saúde, a família e o portador pode fazer com que as pessoas com TDAH sejam incluídas sociedade.
            Acredito que  a ação da escola voltada para as necessidades especiais do hiperativo ajude a contornar muitos problemas de aprendizagem que ele venha apresentar. 
            O hiperativo dispersa a atenção da turma devido ao seu comportamento inquieto, exigindo assim do professor uma atenção especial, muitas vezes dificultada pelo excesso de alunos sob sua responsabilidade.
            Partindo-se de uma ação didática-pedagógica mais envolvente na qual seja valorizada a afetividade, percebe-se ser possível contornar os problemas de aprendizagem e de comportamento social do hiperativo.
            Também o despreparo do educador inibe uma aprendizagem mais eficaz por parte do hiperativo, já que o mesmo necessita de estímulos especiais capazes de prender sua atenção. O planejamento do professor deve ser feito com aulas voltadas a chamar a atenção do aluno, respeitar seu tempo de aprendizagem e suas dificuldades, sempre integrando a turma.
            A constante pesquisa sobre TDAH é importante pois muitos casos ainda não foram diagnosticados e o professor deve estar atento ao comportamento de seus alunos, para que a educação aconteça da melhor forma possível.

REFERÊNCIAS:

            Site: http://www.tdah.org.br;

            Revista chão da escola edição nº 7 de novembro de 2008;

            Texto: Uma leitura da inclusão a partir do pensamento de Paulo Freire - Carlos Alberto Marques;

             Texto: “Inclusão em escolas municipais: análise inicial de um caso” - autora Mônica de Carvalho M. Kassar.
           
            Filme: “Um sonho possível” - diretor John Lee Hancock.


Autora:Camila Tissot Vieira *
* Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância



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