sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Planejamento como Método


O autor inicia sua fala com algumas questões acerca do planejamento docente; qual o sentido em planejar, os motivos que levam a planejar. Cita, ainda, a desconfiança dos educadores, pois ao mesmo tempo em que concordam e reconhecem a sua importância e real necessidade, resistem em adotar essa prática, que deveria ser norteadora de toda prática pedagógica, podendo estar marcados pela experiência de planos burocráticos, formais, controladores, limitantes de qualquer ação. Para o autor, o professor tem de ver objetivos reais no e para o ato de planejar, o porquê planejar, e não fazer por fazer. Ele nos diz que, “... planejar é antecipar mentalmente uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto”, buscando realizar na prática aquilo que antes foi somente pensado, idealizado, ou seja, o planejamento serve de ponte entre o ideal e o real, é o que torna possível aplicar na prática as nossas idéias.
Assim, o planejamento é o que ajuda a concretizar aquilo que se almeja (ideal), relacionando conceitos teóricos que deverão ser postos em prática (relação Teoria-Prática). Podemos, então, até certo ponto, interferir na realidade.
Segundo Vasconcelos, re-significar o planejamento implica um resgate de sua necessidade e de suas possibilidades. Planejar seria: a necessidade de mudar algo – querer mudar, que é o ponto de partida para o planejamento; a necessidade de planejar – mediação simbólica para alcançar o que se deseja; a possibilidade de mudança de uma determinada realidade; a possibilidade de planejar e realizar uma ação.
O planejar exige que se queira mudar, que se veja a necessidade de mudança. O autor também faz uma crítica aos professores que não sentem necessidade de mudar algo, nem sentem a necessidade de aperfeiçoar-se, e que a ausência dessa percepção de que é preciso mudar é um sinal de estagnação e morte. Isso pode ocorrer por fatores exteriores e interiores, que vão desde a falta de estímulo e condições de liberdade, de autonomia, a cobrança do cumprimento do programa, à desistência dos professores, que já abriram mão de lutar contra o que é imposto de cima.
Para os professores existem caminhos que serão mais ou menos adequados à sua realidade, mas, é preciso haver desejo, ética, seriedade, compromisso, responsabilidade e competência, a capacidade de resolver problemas que surgirem ao longo destes caminhos.
Um pensamento muito comum é pensar: Quem quer ir à escola? Escola pra quê? E realmente são muitas as reclamações, mas estas podem atuar como inibidoras do pensamento, da vontade de mudança e capacidade de transformação. Isso, de fato, cria uma relação de total dependência.
O autor vai discorrendo por várias situações que são abordadas/descritas muito bem, mas creio que a idéia principal, que deve ser assimilada é a de que o planejamento só terá sentido se as pessoas se colocarem na perspectiva de mudança. Para que uma transformação ocorra, é necessário que haja uma abertura a isso, para que se processem as mudanças, que algo se desenvolva, e que esse desenvolvimento proporcione melhorias em vários aspectos, considerando inúmeros fatores, já que “somos racionais, afetivos, estéticos, lúdicos, físicos, espirituais, sociais, econômicos, culturais, políticos.”
O texto nos faz refletir sobre varias outras questões, como a dos professores que já não acreditam mais na educação, e isso é uma absurda verdade.
Para ser educador é preciso querer, poder e fazer. O planejamento deve ser uma necessidade do educador que seja comprometido com seu trabalho, pois,
Mesmo quando as condições histórico-sociais de uma determinada sociedade estão deterioradas, marcadas pela degradação, pela opressão e pela alienação, como é o caso da sociedade brasileira, o projeto educacional se faz mais necessário, devendo se construir então como um projeto fundamentalmente contra-ideológico, ou seja, desmascarando, denunciando, e criticando o projeto político opressor e anunciando as exigências de um projeto político libertador. (Severino, 1998:82)
É preciso que acreditemos nisso, no ‘trabalho de formiguinha’, partindo do que está dado, visando algo melhor e ainda não-explorado. As possibilidades são muitas e o planejamento é o caminho que nos leva a atingir/alcançar nossos objetivos/ideais. O planejamento é, portanto, um instrumento teórico-metodológico, podendo ser humilde em sua forma de apresentação, mas contendo em si um enorme potencial.



Referência:
- VASCONCELOS, Celso. O Planejamento como Méthodos da Práxis Pedagógica. Re-significando a Prática do Planejamento. Editora Libertad. 16 ed. 2004. 204p. Disponível em: http://moodle.ufpel.edu.br/course/view.php?id=338. Acesso em: 06/05/2011.

Autora: Micheli Beatris da Rosa*
*Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância – UFPEL/UAB.

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