segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A busca de uma Educação para a Paz e a não violência nas escolas




            O presente artigo foi realizado através de pesquisa e observações como tema e ser abordado foi Educação para a Paz, onde escolhi o subtema Violência na Escola e o eixo principal é a problemática da Paz. Meus objetivos gerais de pesquisa foram investigar as ações que a E.M.E.F. Santa Rita de Cássia trabalha a violência na escola, visando à cultura de Paz. Também procurei conhecer os projetos que a escola parceira desenvolve, conversar com a equipe diretiva, orientadores, professores, coordenador da escola abeta e a professora comunitária para quais as estratégias que eles utilizam para a construção de uma cultura de paz e propor atividades lúdicas que auxiliem na construção de valores.
             Nas minhas pesquisas, percebi que uma das maiores problemáticas ocorre em torno da questão da agressividade, sendo esta intimamente ligada à violência social, que em grande parte é perpassada pelos meios de comunicação social, principalmente a televisão e surge então a importância de se trabalhar para a obtenção da paz. A paz é algo que se aprende, na família, na escola, na sociedade e uma educação para a paz pressupõe-se uma educação comprometida com a vida, em uma constante busca de respeito à dignidade humana, baseada na igualdade, na justiça e na fraternidade.
             Escolhi a temática Educação para a Paz porque a violência esta fazendo parte de nossa vida, chegando até nos principalmente através dos meios de comunicação social.  A violência destrói famílias, sociedades e está presente no dia- a -dia do ambiente escolar, onde cada aluno tem uma cultura e realidade de vida diferente uns dos outros, causando muitas vezes desavenças entre eles.
             Cabe ao educador sem nenhum tipo de descriminação devido as diferentes classes sociais lidar com essa situação, sempre demonstrando ao aluno que na sala de aula o professor ter que ser respeitado. A escola junto com os professores, pais e comunidades do entorno devem se unir e discutir, para tentar achar ações que venha amenizar os problemas de violência que surgem na escola, muitas vezes problemas que os alunos trazem de casa, podendo receber forte e profunda influencia prejudicando sua aprendizagem escolar.
             O educador e os sujeitos do entorno aprendem juntos em uma relação dinâmica de troca de saberes, tendo como método educativo a realidade no qual está vivenciando o educando. Escolhi o subtema violência nas escolas porque não é um fenômeno novo, mais dia a dia tem vindo a assumir proporções tais que a escola não sabe que medidas tomarem para sanar este problema que esta ocorrendo dentro e fora das escolas.
            Penso que nenhum ser humano nasce violento, ou criminoso, o seu destino não está traçado após a nascença, seus comportamentos são frutos do ambiente a que são expostos e a sociedade é que os transforma.
            A violência surge em contextos e em situações bem conhecidos, torna-se imperiosa uma intervenção educativa não só dirigida aos jovens, mas a todos os cidadãos, pois todos, enquanto sociedade global é culpada e deveremos ser chamados a intervir para contribuirmos para uma sociedade mais justa e igualitária.
            A violência afigura ser uma rede complexa que se pode sobrevir a partir da educação que ensina a criança a adquirir determinados valores tais como a compaixão e a dor alheia, bem como valorizar a vida não só a sua como a dos outros.
As escolas estão buscando formas de resolver os conflitos de modo não violento, através de projetos e palestras, estimulando a tolerância e o respeito às diferenças, transformando os sujeitos em indivíduos justos e pacíficos, incutindo os ideais de paz à cultura de sua coletividade.

Uma educação para a paz pressupõe-se uma educação comprometida com a vida, em uma constante busca de respeito à dignidade humana, baseada na igualdade, na justiça e na fraternidade.

 “É necessário dinamizar nos educandos um modo de pensar e de agir que oportunize reflexões com a tentativa de buscar soluções que elimine as verdadeiras raízes do mal - a fome, a desigualdade social, a miséria. Logo, pode-se refletir com os educandos a melhor maneira de "combater" toda forma de violência e praticar uma "correta" Justiça Social. A paz só acontecerá em nosso mundo quando cada ser humano de maneira individual promover a Justiça no meio em que vive, mas, não haverá Paz enquanto tivermos injustiça social”. (Educação para a Paz: uma proposta pedagógica para a não violência - Luiz Claudio Borin)

“A paz é o contrário de violência, sendo necessário que as reflexões sobre paz e violência sejam realizadas ao mesmo tempo. Como a violência, a paz é também um fenômeno complexo, tendo uma dimensão cultural, ligada ao ato de ensinar e de aprender. A paz não é um estado doado, mas sim construído, colocando-nos como sujeitos e seus construtores”.

“Não se pode viver em paz em situação de guerra, não se pode comer tranqüilo em meio à fome generalizada, não se pode ser feliz num pais onde milhões se batem no desespero do desemprego, da falta de condições mais elementares de saúde, educação, habitação e saneamento. A insanidade de um país que marginalizou a maioria deve terminar agora, devemos criar em todos os lugares a ação da cidadania em luta contra a miséria e pela vida “.  (Líderes da Paz)

 “E a obra da Justiça será a Paz; e o eleito da Justiça terá sossego e segurança para sempre." (Is. 32,17).

“Na educação para paz não existe receita pronta, mas ações que são realizadas na minha escola parceira visam buscar entre os alunos, professores, pais e sujeitos do entorno medidas possíveis para promover a tão sonhada "Paz" que buscarmos.”.

Conversando com o gestor da minha escola parceira Luciano relatou-me que durante o ano letivo são desenvolvidas muitas atividades, onde a interação entre escola e comunidade.

            No mês de março é feito uma reunião entre professores e os pais, onde o diretor passa o plano de ação de ano letivo.
            No mês de abril a escola oferece uma festa para comemorar a páscoa somente aos alunos e professores.

            No mês de maio a escola comemora o dia da padroeira da escola Santa Rita de Cássia, proporcionado uma festa onde os pais e a comunidade ajudam nas atividades. Também os pais e alunos vendem votos para escolha do garoto e garota Santa Rita de Cássia e a noite já no final da festa a escola oferece um baile familiar. Também é realizada uma comemoração pelo dia das mães onde é feito um jantar com sorteio de uma cesta básica e brindes e só participa as mães.

            No mês de julho são realizados os jogos estudantis (JEARS), onde os alunos participam e os pais são convidados a assistir as atividades.  Também é realizada a festa julina com participação da comunidade escolar onde é feito venda de galetos e rifas e são realizadas atividades como dança da quadrilha, casamento na roça.

            No mês de agosto a escola proporciona o projeto folclore onde são feitos brinquedos pelos pais e alunos. A escola participa também do festival de teatro (FESTICARBO) realizado no museu do carvão, onde os alunos vão assistir teatro e os pais são convidados a participar. Também é realizada uma comemoração pelo dia dos pais onde é oferecido pela escola um jantar e só participa os pais.

            No mês de setembro é realizado o desfile cívico com participação da comunidade escolar, onde os pais acompanham e auxiliam levando seus filhos e materiais com que desfilaram, alguns deles desfilam juntos. Para comemorar o 20 de setembro é feito a “Mateada Farroupilha”, com apresentação do grupo de danças folclóricas, grupos artísticos de alunos e exposição dos brinquedos criados no Projeto Folclore.

            Mês de outubro ocorre no museu do carvão a feira do livro com participação da comunidade escolar. No Dia das Crianças, a comunidade arrecada doces, bolos, refrigerantes, picolés e brinquedos para serem distribuídos na festa que é realizada na escola.

            Mês de dezembro são realizadas três excursões, uma para o Sítio do Beto, outra para o Zoológico e outra para Gramado “Natal Luz”, alunos e pais podem participar vendendo rifas para adquirirem suas passagens. São realizadas também as formaturas do Pré-escolar e da 8ª série com a participação de toda a comunidade. A escola realiza a festa de natal, onde a comunidade participa ajudando nas atividades para venda de galeto, maionese e refrigerantes e a escola também é ajudada com doações.

            Existe na escola o projeto escola aberta um dos maiores projetos para construção de uma cultura de paz, onde sempre participa de 30 á 40 pessoas, sendo desenvolvido nos sábados e domingos no horário da manhã e da tarde, com atividades de recreação, culinária, penteado e maquiagem, manicure, esporte, expressão corporal, artesanato e teatro. Relatou-me o coordenador escolar Everton e a professora comunitária Patrícia de que o objetivo deste projeto é contribuir para melhoria da qualidade da educação, a inclusão social e construção de uma cultura de paz, por meio da ampliação das relações entre escola e comunidade e do aumento das oportunidades de acesso à informação para a cidadania, de maneira a reduzir a violência na comunidade escolar.

      Também é realizado na escola o “Projeto Escola para Pais”, são dois encontros por semestre, realizam palestras com psicólogos, pessoas da área da saúde falando sobre doenças, drogas e também participa o Conselho Tutelar dando orientações, os profissionais passam slides com mensagens, ainda é oferecido lanche e brindes aos pais.
      
            São feitas reuniões extras quando a necessidade de falar com os pais, como para a eleição para diretor com voto direto, onde é lido a Lei para os pais e quem vota são alunos da 4ª série com mais de 12 anos, funcionários, professores e pais.

            De dois em dois meses ocorre à entrega da avaliação dos alunos aos pais, onde são encaminhados para as salas de aula para contato direto com os professores para saberem sobre o desenvolvimento dos seus filhos na escola.

            Existe um projeto em andamento em parceria com a Gerdau para a construção de um quiosque com churrasqueira no pátio da escola, a comunidade poderá utilizá-la em festa particulares com o pagamento de uma taxa de manutenção.

            A minha escola parceira fica localizada em um bairro com grandes problemas, mais percebo que não se deixa afetar, esta sempre trabalhando para manter a paz e segurança a todos os sujeitos da escola.

Existe na escola a carteira do aluno, onde os alunos se auto-avaliam e os critérios são modificados conforme a necessidade, alguns critérios são: sigo as regras, pontualidade, assiduidade, respeito a todos na escola, realizo tarefas e uso da palavra mágica.

Em sala de aula os professores conversam com os alunos sobre valores morais e nos conselhos com a orientadora são desenvolvidos temas sobre paz ao final de cada bimestre.

Este ano devido à violência que vinha ocorrendo na hora do recreio, iniciou-se um trabalho com os alunos de recreio dirigido. Cada turma tem atividades orientadas e observadas pelo professor com jogos, flaflu, ping pong, sapata e jogo da velha, onde as regras são estabelecidas pelos alunos. Os resultados estão sendo observados quando ficam sozinhos e conseguem se entender entre si, já não ocorrendo mais violência.

A sociedade tem vindo a sofrer significativas transformações, a família núcleo primordial de educação tem vindo dissimuladamente a delegar esse papel para a escola, dado que é no contexto educativo que as crianças passam a maior parte do dia. Todavia, nenhuma outra instituição poderá jamais substituir as condições educativas da família, nem parece ser razoável que seja unicamente a escola a ensinar valores tão necessários para o normal desenvolvimento da criança tais como: a democracia, as regras para a sã convivência, o respeito pelo outro, a solidariedade, a tolerância, o esforço pessoal.

À escola não se pode pedir que além de ensinar os conteúdos tenha também que ter a função educativa que compete aos pais, mais a verdade é que a violência continua a existir e a surgi cada vez mais na população jovem. Também a escola não pode ignorar que os conflitos e problemas sociais existem, e por isso tem vindo a adaptar-se como pode, desenvolvendo ações e projetos durante todo o ano letivo, onde alem de trabalhar com os alunos o respeito ao próximo e um ambiente sem violência, procura através do projeto escola aberta à construção de uma cultura de paz também familiar por meio da ampliação das relações entre escola e comunidade.

Consciente de que este trabalho é insuficiente na abordagem desta temática, muito mais haveria a dizer sobre violênciaque surge em variadíssimos contextos, resta então cogitar que toda a sociedade se deveria mobilizar para proteger os cidadãos de amanhã, para que não tenham um futuro sombrio, enredados em sofrimento, privações e sem projeto de vida.  

          Estamos em novo ano letivo e continuo na mesma escola parceira e com a mesma professora, realizo meu trabalho de Educação para a Paz através de pesquisa e observações, como subtema e ser abordado é a Violência nas Escolas, sendo o eixo principal que é a Problemática da Paz. Meus objetivos gerais de pesquisa são investigar as ações que a E.M.E.F. Santa Rita de Cássia trabalha a violência na escola, visando à cultura de Paz. Também procuro conhecer os projetos que a escola parceira desenvolve, no ano passado conversei com a equipe diretiva, orientadores, professores, coordenador da escola aberta e a professora comunitária para saber quais as estratégias que são utilizadas para a construção de uma cultura de paz e as atividades lúdicas que são desenvolvidas auxiliando na construção de valores.
             Nas minhas pesquisas, percebi que uma das maiores problemáticas ocorre em torno da questão da agressividade, sendo esta intimamente ligada à violência social, que em grande parte é transmitido pelos meios de comunicação social, principalmente a televisão e surge então a importância de se trabalhar para a obtenção da paz. A paz é algo que se aprende, na família, na escola, na sociedade e uma educação para a paz pressupõe-se uma educação comprometida com a vida, em uma constante busca de respeito à dignidade humana, baseada na igualdade, na justiça e na fraternidade.
            A escola continua trabalhando e desenvolvendo em conjunto as  atividades e projetos, mais com idéias novas que ainda não foram postas em atividade,  relatou-me também a supervisora Rose e a orientadora Catia que este ano os professores continuam os mesmos e a demanda de alunos esta igual (saíram alguns, mais chegaram alguns novos). Em relação à violência esta bem controlada, alguns alunos problemáticos não estão mais na escola e continua o recreio dirigido com observação de um professor ou orientador, horário que havia mais desavenças entre os alunos.
            Este ano a escola possui dois alunos com soro positivo, sendo um do pré-escolar, mais tudo sobre controle e sendo tudo normal. Também no 3° ano (turno da tarde) a escola tem um aluno que pela manhã freqüenta a APAE e esta com sua sexualidade aflorada tendo um acompanhamento diferenciado porque é difícil a inclusão com os outros alunos.
            Os  novos acontecimentos surgem a toda hora e todos os dias, como no dia 13 de maio que à tarde não teve aula e foi comemorado o dia do índio, sendo trabalhado tudo sobre a cultura indígena através de apresentação de teatros, danças e cartazes.
            Esta sendo desenvolvido na escola um projeto de exploração do pátio da escola, com horta medicinal e reciclagem e receberá o nome "Projeto Cantando e Encantando o Ambiente”, os alunos poderão construir a horta e plantar as mudas cuidando do desenvolvimento e crescimento, para mais tarde utilizar na escola. Também saber a importância da reciclagem, onde vão poder adquirir material para separar e organizar.
         Também este ano a escola esta organizando para dia 02 de outubro a Oktobesfest na escola, uma idéia nova que será trabalhada a cultura alemã na realização de comidas  e guloseimas típicas para a realização da festa, onde a comunidade participa interagindo com a escola.
            A escola vai ser escrita pela supervisora Rose no Educador nota 10 da revista nova escola, todos os projetos que a escola desenvolveu deram ótimos resultados tanto para a escola como a os alunos e comunidade.
Após a leitura do livro Fayga e segundo a autora com a idéia de que a partir da compreensão humana podemos nos tornar mais criativo e sensíveis, e que tudo pode progredir dentro de um contexto social, observo que minha escola parceira promove ações coletivas que permitem a convivência em conjunto, sempre procurando formas de cada vez mais proporcionar uma cultura de paz, trabalha os valores sociais, desenvolve atividades para inserir cada vez mais sujeito para dentro da escola, com criatividade trabalham música, dança, teatro, jogos, culinária, esportes e muitas brincadeiras.


Bibliografia:
 Lia Diskin, Laura Gorresio Roizman, Paz Como se faz?: semeando cultura de paz nas escolas – Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro, UNESCO, Associação Palas Athena, 2002.

Ubiratan D’Ambrosio, Educação para a paz – 2000 - http://www.sociologia.org.br/tex/educacaoparaapaz.htm - acessado em 01/10/2009

Bíblia Sagrada.IS 32,17
BORIN, Claudio luis - Educação para a Paz: uma proposta pedagógica para a não violência

Sónia Carla Aroso Azevedo - Violência nas escolas como resultado dos problemas de inadaptação Social 

BRANDÃO ,Carlos Rodrigues. Em campo aberto:escritos sobre educação e a cultura popular. São Paulo . Cortês ,1995,p.48 .

GUIMARÃES,Marcelo Rezende .Cidadãos do Presente : crianças e jovens na luta pela Paz. São Paulo: Saraiva, 2002.

Ostrower, Fayga. Criatividade e processos de criação 6° edição – Petrópolis – RJ –Editora 
Vozes – 1987.


Autora: Márcia Helena Tassoni Silva de Jesus
Aluna do Curso de Licenciatura em Pedagogia EAD/UFPel.

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